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SP deixa carro em casa e samba no asfalto

São Paulo|

Os paulistanos trocaram a praia e o campo pelo asfalto neste carnaval. Se a crise econômica e a inflação fizeram com que muitos moradores da capital desistissem de viajar no feriado, o calor e as inúmeras atrações espalhadas pela cidade levaram milhares de pessoas a seguir ontem os blocos. O folião usou o metrô para ir de uma folia a outra.

Só na Vila Mariana, zona sul, cerca de 20 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, tomaram a Avenida Vergueiro para curtir à tarde o bloco puxado pelo cantor Sidney Magal. Entre os foliões, muitas famílias e calouros do carnaval de rua paulistano cantaram sucessos do músico, como Sandra Rosa Madalena e Meu Sangue Ferve por Você. "Carnaval eu sempre ia para o litoral de São Paulo ou para o Rio. Neste ano, resolvi ficar e vir para cá, não só pela crise econômica, mas para fazer algo diferente", disse a auxiliar administrativa Amanda Nogueira Campos, de 27 anos, que gastava R$ 1 mil nas viagens.

Sob calor acima de 30 graus, foliões de todas as idades se espremeram na rua ou se abrigaram na sombra das árvores, como a família da assistente administrativa Sandra Fernandes, de 58 anos. "Vim com meus dois filhos e quatro netos pela primeira vez. Tem muita gente mas o clima é bem tranquilo."

Ali, a funcionária pública Maria Gouveia, de 38 anos, não só optou por ficar na cidade como também lucrar com os blocos. Ao lado do marido, estreou como vendedora ambulante de bebidas. "A gente decidiu investir pouquinho."

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A presença dos paulistanos na cidade surpreendeu o gerente de um bar na Avenida Domingos de Moraes, perto do carro de som usado por Magal. "Faz oito anos que estou aqui e sempre fica vazio no carnaval. Já tive de sair várias vezes para repor o estoque de cerveja", disse Cláudio Rosa, de 25 anos.

Centro

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O sábado de carnaval começou com homenagem a Caetano Veloso, marca do bloco Tarado Ni Você, que arrastou 4,5 mil foliões pelo centro. O grupo saiu da esquina mais famosa da cidade, a da Avenida Ipiranga com a Avenida São João. A falta de banheiros químicos no percurso - 25 foram instalados só no local de concentração - fez com que uma outra esquina, a da São João com a Avenida Duque de Caxias, virasse um mijódromo.

Na zona oeste, às 16 horas, quando o Bloco Bastardo se preparava para iniciar seu cortejo, em Pinheiros, o locutor repetia: "Apesar da crise, o Bastardo está na rua mais uma vez". Ali também o pessoal trocou a praia pelo bloco. "Esta é a primeira vez que fico em São Paulo e pretendo curtir blocos todos os dias", disse o publicitário Gabriel Rezende, de 30 anos. "Nas circunstâncias da crise, vale a pena ficar em São Paulo", disse o empresário Ricardo Corrales, de 27.

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A mudança no carnaval é atestada por números. A Prefeitura estima que o carnaval de rua em 2016 vai arrecadar R$ 400 milhões - R$ 150 milhões a mais do que a festa no sambódromo.

Fundado em 2013 e com um repertório de marchinhas tradicionais, o Bastardo é parte do novo carnaval. Nele estavam os gêmeos Alice e Arthur, de 5 anos. "Achamos que seria um clima tranquilo para trazê-los", disse a mãe da dupla, a consultora Natália Fontoura, de 27.

Vila Madalena

Na Vila Madalena, os foliões lotaram o bairro no começo da noite. O quadrilátero ao redor da Rua Aspicuelta foi fechado pela PM depois que a multidão atingiu o limite de 15 mil pessoas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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