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SP: Moradores colocam fogo em barracos em reintegração de posse

Terreno particular fica em Guaianases, na zona leste, e será usado para construção de moradias populares. Desde março a área está ocupada

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV

Moradores colocam fogo em barracos durante reintegração de posse em SP
Moradores colocam fogo em barracos durante reintegração de posse em SP Moradores colocam fogo em barracos durante reintegração de posse em SP

O cumprimento de uma reintegração de posse em um terreno particular em Guaianases, na zona leste de São Paulo, gerou protesto de moradores na manhã desta terça-feira (16). Eles atearam fogo nos barracos para tentar impedir o avanço das retroescavadeiras. Um dos acessos é a rua Utaro Kanai, região do Conjunto Habitacional Juscelino Kubitschek.

O terreno é de propriedade de três famílias há muito anos e agora seria transformado em moradia popular. Segundo o advogado dos proprietários, Caio Grisanti, já há uma parceria com a construtora e o projeto foi aprovado pela prefeitura, mas aguarda a aprovação também da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação).

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De acordo ainda com o advogado, a área foi invadida em 31 de março, mas as famílias foram removidas em abril. Novamente elas teriam retornado ao terreno em maio. "Esse tipo de invasão inviabiliza a construção de moradias populares nesta região", explicou Caio Grisanti.

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Já um dos moradores entrevistados pela Record TV afirmou que foi para o terreno há cerca de um mês porque não tinha mais condições de pagar aluguel: "A gente quer moradia, não quer briga com a polícia".

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Ao menos duas retroescavadeiras começaram os trabalhos de derrubada dos barracos. Um escudo de policiais da Força Tática foi montado para garantir o cumprimento da ordem de reintegração de posse. São 180 PMs na região. A área foi dividida em três devido à extensão. O clima é tenso, mas não houve confronto. 

Outra moradora, Dani Lima, afirmou que os moradores da área foram comunicados há menos de 15 dias sobre a reintegração. Ela alega que o terreno foi doado em 2015 para o programa Minha Casa Minha Vida, mas nenhuma moradia foi construída no local até agora.

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Dani destacou também que não há equipes da Assistência Social nesta manhã para auxiliar os moradores. Mas há vários caminhões para a retirada dos pertences das famílias. 

Outros moradores revelaram que pagaram R$ 50 para poder morar no terreno, o que indica uma exploração comercial da área que é particular. 

Em nota, a Polícia Militar informou que o 28º BPM/M apoia nesta terça-feira uma reintegração de posse determinada pela Poder Judiciário por meio da 1ª Vara Civil do Foro Regional VII - Itaquera, de um terreno no bairro Guaianases. A equipe atua para garantir a segurança das pessoas e o cumprimento da decisão judicial pelo oficial de Justiça.

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Terreno

Objeto da reintegração de posse, o Sítio Roseira tem uma área aproximada de 817 mil m². Segundo o advogado, a posse da área é "exercida desde os anos de 1974 e 1975 pelas famílias Werner, Mellão e Venosa, que mantiveram no local uma olaria e mantém até hoje dezenas de comodatários, além de uma equipe de vigias para a conservação do imóvel". 

Os proprietários querem implantar no imóvel um conjunto habitacional com 4.170 unidades residenciais. Para viabilizar o empreendimento pelo "Programa Minha Casa Minha Vida", os donos firmaram convênio com a Secretaria Municipal de Habitação, em 29/07/2014, e com a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo - COHAB-SP, em 12/02/2015. O projeto estaria em fase final de aprovação pelo poder público. 

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De acordo com os proprietários, em 4 de junho, havia cerca de duzentos barracos no local e afirmou que "nenhum dos invasores efetivamente reside no imóvel, esclarecendo-se que a maior parte dos seus barracos foi erigida há cerca de duas ou três semanas".

Houve uma reunião preparatória no 28º Batalhão da Polícia Militar, com a presença de representantes dos proprietários, da assistência social, da Prefeitura de São Paulo e da Cohab. Após o encontro, foram distribuídos panfletos comunicando a todos sobre a ilegalidade da invasão, a reintegração de posse e solicitando que deixassem o imóvel voluntariamente.

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