Suspeito foi preso em mansão no condomínio em Tamboré
Reprodução Record TVO jovem de 24 anos suspeito de chefiar um esquema que desviou R$ 400 milhões de contas bancárias fez um acordo com a polícia e agora cumpre pena domiciliar.
De acordo com informações do repórter Maurílio Goeldner, da RecordTV, o acordo funcionou da seguinte forma: ele trocou a prisão pelo compromisso de repassar informações que podem ajudar na investigação e, eventualmente, prender outras pessoas que cometem os mesmos crimes.
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Preso na quarta-feira (10) na Operação Ostentação, da Polícia Civil, o jovem ficou apenas dois dias na carceragem do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), no Carandiru, na zona norte da capital paulista.
Junto ao chefe do esquema, outras duas pessoas também foram presas suspeita de desviar R$ 400 milhões de contas bancárias — em uma das instituições, mais de 24 mil pessoas foram vítimas do golpe.
Suspeito do esquema tinha em posse supercarros que superam os R$ 20 mi
Divulgação/Polícia CivilOperação Ostentação
A operação foi comandada pelo CyberGaeco (Núcleo de Investigações de Crimes Cibernéticos) do Ministério Público de São Paulo e pela 4ª Delegacia de Fraudes Patrimoniais por Meios Eletrônicos do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
Segundo o delegado José Mariano de Araújo Filho, que coordena os trabalhos, o esquema pode ter arrecadado a quantia em 18 meses. "Valor que permitia viver uma vida de ostentação com carros de luxo e gastos milionários como aluguel de iates na Europa por 40 mil euros a diária [cerca de R$ 170 mil]”, disse.
A equipe apurava as atividades há seis meses e se intensificou nos últimos 40 dias. “Os envolvidos utilizavam um sistema computacional para capturar informações de correntistas em internet banking e cartões de créditos”, informou o delegado.
Segundo a Polícia Civil, foram criadas cinco empresas para movimentar o dinheiro obtido no esquema. Os escritórios ocupam o último andar — 600 metros quadrados — de uma das torres de um importante centro empresarial no Itaim Bibi, na zona sul.
Os mandados de busca e apreensão tinha como alvos carros considerados supermáquinas — Ferraris, Lamborghinis, Audis, Porsches, Maseratis —, jóias de grifes internacionais, e computadores utilizados nas transações. Pelo menos 40 policiais civis, inclusive equipes táticas, participaram da operação.
De acordo com o delegado José Mariano, o trio utilizava um sistema eletrônico equivalente a um aplicativo para aplicar os golpes. “É um jovem empreendedor criminoso”, disse.
Notas de dólar foram apreendidas
Divulgação/Polícia CivilPrincipal operador
O principal suspeito de operar o esquema é um jovem de 24 anos que teria começado no estelionato com o golpe da milhagem, segundo a polícia. O rapaz oferecia passagens aéreas por valores muito abaixo dos habituais, mas no momento do embarque o comprador descobria a fraude.
Segundo a polícia, o patrimônio do jovem ganhou dezenas de dígitos quando passou a operar o sistema de captura de informações de clientes bancários. Ele foi catapultado do anonimato para as principais rodas de endinheirados do Brasil.
O jovem pagava um aluguel de um centro empresarial no Itaim Bibi por R$ 200 mil por mês, tendo livre acesso para 17 vagas na garagem, mas sem um funcionário. A polícia conta que o trajeto entre sua casa em Tamboré às empresas era feito em duas etapas: de helicóptero até as proximidades do prédio e finalizado utilizando uma das suas super máquinas — Ferrari, Lamborghini ou Maserati.
O habito de voar teria transformado o jovem no maior locatário de aeronaves de São Paulo, inclusive viagens recentes viagens para Rússia e França foram realizadas em voos particulares, aponta o Deic.
Em vídeos e fotos publicadas nas redes sociais, o jovem e a namorada aparecem nos pontos mais exclusivos de Paris, como a suíte presidencial do Shangri-La Hotel no distrito de Paris City Center ou tomando vinhos do Século 18 por 18 mil euros a garrafa (cerca de R$ 77 mil)
Também postaram imagens do tour em Mônaco onde alugou um iate de luxo por 42 mil euros (cerca de R$ 180 mil) a diária. O objetivo foi assistir treinos de classificação e o Grande Prêmio de Formula 1, disse a polícia.