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Teatro Oficina pede revisão de parecer ao Condephaat 

Órgão de proteção ao patrimônio autorizou construção de torres comerciais no terreno vizinho

São Paulo|

Orgão de proteção ao patrimônio autorizou construção de duas torres comerciais em terreno vizinho ao Teatro Oficina (foto)
Orgão de proteção ao patrimônio autorizou construção de duas torres comerciais em terreno vizinho ao Teatro Oficina (foto) Orgão de proteção ao patrimônio autorizou construção de duas torres comerciais em terreno vizinho ao Teatro Oficina (foto) (NILTON FUKUDA)

Dezenas de pessoas, entre artistas, políticos e amantes das artes, estiveram nesta quinta-feira (5), no Teatro Oficina, no Bixiga, Centro de São Paulo, para discutir o recente parecer do Condephaat (órgão estadual de proteção ao patrimônio) que autorizou a construção de duas torres comerciais no terreno vizinho ao estabelecimento. No final da audiência pública ficou decidido que será encaminhado um pedido de revisão ao Conpresp.

A audiência foi convocada pelo ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, cuja história se confunde com a do próprio Oficina. O teatro é tombado pelos três órgãos de proteção ao patrimônio — pelo municipal Conpresp desde 2003, pelo estadual Condephaat desde 1982 e pelo federal Iphan desde 2010. Apesar de o estopim da mobilização ter sido a autorização do Condephaat, emitida em maio, parecer semelhante havia sido feito pelo Conpresp em 2009.

Com seu estilo irreverente, Zé Celso lembrou que a arquiteta Lina Bo Bardi, quando projetou o teatro, pretendia que ele ocupasse toda a rua.

— Era um teatro para levantar o Bixiga, tão caído após a construção do Minhocão.

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O terreno vizinho é da empresa Sisan, braço imobiliário do grupo do empresário Silvio Santos. Segundo ele, o próprio Silvio Santos teria se encantado com o projeto e estaria disposto a ceder o terreno vizinho em troca de outro.

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— Se a batalha for perdida, acaba o Oficina. Não vou continuar trabalhando aqui encaixotado pelas torres.

As representantes dos órgão de proteção ao patrimônio defenderam as decisões dos conselhos. Ana Lúcia Duarte Lanna, presidente do Condephaat, explicou que foram cinco pedidos semelhantes de obras no terreno vizinho encaminhados ao órgão desde 1997 — e só este último teve parecer favorável.

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Intenções

Quando as discussões pareciam acaloradas, um telefonema acalmou os ânimos. "Temos boas intenções e vamos trabalhar juntos com vocês", disse o diretor operacional da Sisan, Eduardo Velucci, que acompanhava a audiência pela internet. Foi proposto então que o requerimento de revisão do parecer do Condephaat fosse substituído por um assinado pelo próprio Sisan. "Estou a disposição para conversarmos."

Ao final, chegou a superintendente do Iphan de São Paulo, Anna Beatriz Galvão, que disse desconhecer projetos de construção no terreno vizinho. 

— Intervenção no entorno de um bem tombado precisa de aprovação de todos os órgãos que protegem o bem. Ou seja: sem Iphan, nada pode ser construído.

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