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“Temo que possam terminar o que começaram”, diz estudante gay agredido em Pinheiros

Justiça mandou soltar os dois suspeitos de agredir André Baliera em dezembro de 2012

São Paulo|Ana Ignacio, do R7

Justiça mandou soltar os dois suspeitos de agredir André Baliera em dezembro de 2012
Justiça mandou soltar os dois suspeitos de agredir André Baliera em dezembro de 2012 Justiça mandou soltar os dois suspeitos de agredir André Baliera em dezembro de 2012

Cerca de dois meses após ter sido agredido por dois jovens na rua Henrique Schaumann, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, o estudante de direito André Baliera diz que ficou assustado com a notícia de que seus agressores sairiam da cadeia. Na semana passada, a Justiça concedeu habeas corpus para Diego Mosca Lorena de Souza e Bruno Paulossi Porteri. Eles vão responder em liberdade pelo crime de tentativa de homicídio.

— Fiquei um pouco assustado quando disseram que eles iam sair. Não posso criticar a Justiça por ter soltado, mas tenho certo receio porque, se fizeram uma vez, temo que eles possam terminar o que começaram. Não sei com que tipo de pessoas eles conviveram na cadeia, não sei dizer como é ficar na cadeia por quase dois meses e o rancor e o ódio que eles podem ter nutrido pela minha pessoa. Não sei e não sei a consequência disso.

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A agressão ocorreu no dia 3 de dezembro de 2012 e até o fim do ano passado o caso vivia um “conflito de competência”. Isso porque, na avaliação do Ministério Público, "não houve a prática de crime doloso contra a vida" e os agressores poderiam responder apenas por lesão corporal, crime de menor penalidade.

De acordo com o Código Penal Brasileiro, se condenados por lesão corporal, ambos poderiam ficar de três meses a um ano presos, enquanto na tentativa de homicídio, estão sujeitos a uma pena que vai de dois a 12 anos de prisão. No entanto, em janeiro deste ano, a Procuradoria Geral da Justiça decidiu que os suspeitos de agredir André irão responder por tentativa de homicídio e o caso será julgado pela 5ª Vara do Júri, responsável por crimes dolosos contra a vida.

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Apesar de assustado, André não considera a decisão de liberar os dois agressores uma injustiça.

— Não cabe a mim decidir se eles ficam presos, mas o que mais me indigna é o grau de mentiras que eles contaram que vão contra, não só o meu depoimento, mas o depoimento de testemunhas. Os dois falaram que eu ataquei pedra no carro deles, o que eu e as testemunhas confirmamos que não ocorreu, e disseram que foi uma briga de trânsito. Que briga de trânsito é essa entre uma pessoa a pé e duas no carro?

Jorge Salomão, um dos advogados que defende Diego Mosca Lorena de Souza, declarou que só se manifestará sobre o caso em juízo. O advogado de Bruno Paulossi Porteri não foi localizado.

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