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Transporte pode colocar vida de girafa em risco, diz diretor do RioZoo

Zagalo tem 14 anos e está morando há oito no zoológico da capital fluminense

São Paulo|

Na semana passada, a Justiça do Distrito Federal determinou que o Zoológico do Rio devolva uma girafa emprestada pelo parque brasiliense. Zagalo tem 14 anos e está há 8 na capital fluminense, para onde foi para que ajudasse na reprodução.

Na época em que foi emprestado, o parque carioca possuía apenas uma fêmea, que morreu no fim de 2013. O casal de bichos não teve cria, e Zagalo é, atualmente, a única girafa do RioZoo. O animal de 6 metros de altura e 800 quilos está agora no centro de uma disputa judicial entre os zoológicos.

A ação ajuizada pelo Zoológico de Brasília pede a devolução da girafa para fazer uma permuta com o Zoológico Safári Portobello Resort & Safári. Em troca da girafa, o parque brasiliense receberia um dromedário.

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Empréstimos de animais entre zoológicos são comuns, afirma o diretor-técnico do RioZoo, Marcos Delgado.

— Nosso chimpanzé é emprestado da Bahia, o tigre é emprestado de Sorocaba (SP).

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Na decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, o juiz entendeu que o parque brasiliense comprovou a propriedade do animal e demonstrou ter proposta de permuta. O magistrado determinou a rescisão do empréstimo e a consequente reintegração de posse do animal.

"Assim, em análise sumária, a parte autora demonstra a propriedade do animal (que nasceu, inclusive, nas dependências do zoológico de Brasília, em 13/06/2001), assim como o instrumento de empréstimo por tempo indeterminado com a ZooRio, dando verossimilhança às suas alegações. Destaque-se, ainda, que a demora pode implicar desistência do Zoológico Safári Portobello Resort & Safári em permutar o animal, causando prejuízo ao erário distrital, assim como ao meio ambiente cultural de Brasília (que deixará de ter no acervo da FJZB um dromedário a ser permutado)", afirma o juiz na sentença.

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Delgado diz acreditar que a viagem de Zagalo, do Rio para Brasília, distantes em 1.200 quilômetros, poderia colocar em risco a vida do animal, que tem problemas digestivos. Há 8 anos, quando a girafa fez o trajeto contrário, o frete custou cerca de R$ 100 mil.

— Vai uma comitiva com o animal, tem de fazer uma rota da viagem, medir os viadutos, árvores, todos os obstáculos tem de ser avaliados. Se não você engasga embaixo do viaduto. Não se trata de um saco de batatas que você coloca nas costas e leva.

A decisão da Justiça do Distrito Federal não é definitiva e cabe recurso. Leia a entrevista com o diretor do zoológico do Rio.

Como Zagalo chegou ao RioZoo?

(A girafa) Nasceu em Brasília, foi emprestada para São Paulo, para servir na reprodução, depois veio para o Rio em 2006. A gente tinha uma fêmea, que morreu no fim de 2013. No ano passado, o zoo de Brasília solicitou o destrato do empréstimo do Zagalo, já que o macho deles tinha morrido. Eles queriam o macho daqui pra reprodução lá. A tática de empréstimo, permuta entre instituições públicas é comum. A gente tem cerca de 10 bichos em Brasília. Nosso chimpanzé é emprestado da Bahia, o tigre é emprestado de Sorocaba (SP). Quando a gente cede por tempo indeterminado, o bicho vai morrer nessa instituição e a gente vai dar baixa aqui. Geralmente são excedentes. Se a gente precisar utilizar tem a brecha no termo de empréstimo.

Como o zoológico vê essa possível devolução?

A gente acha pela idade do animal, 14 pra 15 anos, pelo fato de ser um animal muito alto, de ter problema digestivo, para preservá-lo, ele deve ficar aqui. A distância é longa, são 1.200 quilômetros. A gente não acha que ele deve encarar essa disputa, esse translado. Poderia por em risco a vida do bicho. A gente ponderou isso (no processo). Eles entenderam como uma negativa. Nós propusemos que fosse feita uma compensação, tendo em vista que nós emprestamos uma girafa chamada Raio de Sol para eles, na década de 80. Aqui consta em aberto esse empréstimo. A gente daria baixa e ficaríamos com o Zagalo.

Vocês vão recorrer da decisão?

Não fomos citados oficialmente. Assim que formos citados, vamos recorrer. Nossa preocupação é com o bem-estar do bicho. E eles que terão de pagar o frete. Há 8 anos, o transporte da girafa para cá custou 100 mil reais, e nós pagamos. Não é um frete comum, não se trata de um saco de batatas, que você coloca nas costas e leva. Vai de caminhão. Tem de confeccionar uma caixa, colocar em cima de uma carreta. Vai uma comitiva com o animal, tem de fazer uma rota da viagem, medir os viadutos, árvores, todos os obstáculos tem de ser avaliados. Se não você engasga embaixo do viaduto.

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