Tropa de Choque reprime acampamento de trabalhadores
Paulo Ermantino/Raw Image/Estadão ConteúdoA tropa de Choque reprimiu, nesta segunda-feira (23), com bombas de efeito moral, tiros de bala de borracha e com jato de água o acampamento do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) que acontecia em uma praça em frente da residência do presidente interino Michel Temer.
O local fica no alto de Pinheiros, em São Paulo. Integrantes do MTST e da Frente do Povo Sem Medo até sentaram na rua como forma de resistência pacífica, mas o ato não teve resultado em relação à repressão.
O protesto era contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e aconteceu na noite deste domingo (22).
Eles também protestavam contra a decisão do governo de suspender novas contratações do programa Minha Casa, Minha Vida.
Segundo o MTST, a ação da polícia foi desproporcional ao protesto, que estava pacífico. A reportagem procurou a PM para comentar o assunto, mas ainda não conseguiu contato.
O presidente interino havia deixado o local mais cedo e embarcado para Brasília por volta de 15h30. Todos os acessos à Rua Beneti e a Praça Conde de Barcelos foram fechados pela Polícia Militar. Um grupo de manifestantes tentou negociar, sem sucesso, com o comando do policiamento no local para se aproximar da casa do presidente interino.
Segundo a assessoria de comunicação da PM, a decisão de interditar os acessos foi tomada em conjunto pela polícia, pelas Forças Armadas e pelo comando da segurança da Presidência da República.
Os manifestantes decidiram, então, cercar os acessos à praça. “É ilegal, o nosso direito de livre manifestação está sendo cerceado, independente de quem veio a ordem. Nós ficaremos aqui, a rua dele está cercada, até que haja posicionamentos em relação a tudo que nós viemos trazer aqui hoje”, disse o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, um dos organizadores do ato.
Além de acusarem Temer de ter praticado um “golpe” que culminou no afastamento da presidente Dilma Rousseff, os participantes do protesto reclamam da suspensão de parte do programa Minha Casa, Minha Vida. Na última terça-feira (17), o Ministério das Cidades revogou a portaria que habilitava a contratação de unidades habitacionais na modalidade "Entidades".