Desde que a Rede Ponto Certo suspendeu a venda de créditos do bilhete único em novembro de 2015, usuários do Metrô estão tendo problemas para fazer a recarga. A empresa decidiu paralisar e recolher as máquinas de recarga por problemas no contrato com o governo. Na estação Barra Funda, por exemplo, um dos seguranças afirma que todas as máquinas foram retiradas há meses.
A engenheira Telma Laborini conta que, para carregar o bilhete único, ela precisa ir até a estação Sé, pois só lá ela consegue fazer a recarga. Mesmo assim, ela diz que tem que encarar longas filas.
— Eu vou deixar para carregar lá na Sé, mas no meu horário de almoço para quando eu estiver mais tranquila para esperar na fila.
Ela disse que, nesta sexta-feira (10), optou por comprar o bilhete unitário porque achava que iria “demorar menos”. Telma afirma que tudo melhoraria se existissem mais máquinas de autoatendimento disponíveis em todas as estações.
— Eu acho que são poucas máquinas. Eu sinto muita dificuldade nisso. São filas bem grandes todos os dias para você conseguir carregar o cartão.
A secretária Karine Oliveira afirma que está com dificuldade para fazer a recarga há, pelo menos, três meses. Segundo ela, as filas são sempre “enormes”.
— Antes, ainda tinham alguns caixas eletrônicos para fazer a recarga. Ás vezes, a gente chega e está sem sistema ou em manutenção e a gente perde muito tempo.
Ela diz que tenta fazer as recargas em casas lotéricas, mas que a fila também é grande: “Mas, pela correria, tem dia que eu prefiro pagar em dinheiro um unitário porque eu preciso ir rápido. Aí tem que suportar a fila para comprar um ticket também”.
A estudante Gabriela Xavier afirma que enfrentar as filas grandes já virou uma rotina: “A sorte é que a gente não tem pressa hoje. Mas quando a gente tem, precisa enfrentar essa fila”.
— O automático também não funciona. Eu já tentei várias vezes e não funcionou.
O também estudante Jean Carlos afirma que essa demora “acaba atrasando tudo”. Segundo os dois jovens, poderia existir uma forma mais fácil de carregar os bilhetes.
O R7 entrou em contato com o Metrô que, por meio de nota, disse que “está dobrando sua rede de atendimento aos passageiros que utilizam o bilhete único. Até o final de março, serão instaladas mais 46 máquinas para compra e recarga do bilhete único e 67 terminais de consulta e recarga de saldo (as chamadas abelhinhas), totalizando 113 novos equipamentos”.
Além disso, afirma que “nas estações com maior fluxo de passageiros, como Palmeiras-Barra Funda, Portuguesa-Tietê e Jabaquara, onde há terminais rodoviários, o Metrô manterá a venda assistida de bilhetes (com funcionários das empresas concessionárias)”.
O Metrô também lembrou que “a dificuldade enfrentada atualmente pelos passageiros foi causada pelo abandono dos pontos de venda por uma das empresas concessionárias”. Segundo a nota, “o Metrô foi surpreendido pela atitude da empresa Rede Ponto Certo, que foi multada, teve os contratos rescindidos e decretada a suspensão do direito de participar de concorrências e assinar contratos com entidades públicas”.
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