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Vigilante morto com 13 tiros no ABC sonhava em ser policial militar

Polícia Civil investiga se a morte de Gleyson Matos de Andrade, de 25 anos, foi motivada por sua admiração pelos militares

São Paulo|Plínio Aguiar, do R7

Fã da PM, Gleyson foi morto com 13 tiros em Diadema, no ABC paulista
Fã da PM, Gleyson foi morto com 13 tiros em Diadema, no ABC paulista Fã da PM, Gleyson foi morto com 13 tiros em Diadema, no ABC paulista

Gleyson Matos de Andrade, de 25 anos, era um jovem negro de baixa renda que era admirador do trabalho da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Fã da Rota (Ronda Ostensivas Tobias Aguiar), publicou diversas fotos com agentes de segurança pública, inclusive dentro de viaturas, e textos em sua rede social demonstrando apoio ao serviço prestado pelos policiais, além de ter feito um curso de bombeiro civil.

“Tinha o sonho de ser PM, mas alguém o matou. Alguém interrompeu seu sonho”, disse o irmão de Gleyson ao R7, nesta segunda-feira (25), horas antes de prestar depoimento sobre a morte do rapaz. Por temer represálias, ele preferiu que não fosse identificado.

No ano passado, Gleyson participou do concurso público para se tornar PM. Foi reprovado. O jovem ia tentar novamente neste ano. Não vai mais. Isso por causa dos 13 disparos que atingiram seu corpo na última sexta-feira (22), em uma viela próxima de sua casa, em Diadema, no ABC paulista.

Testemunhas informaram no boletim de ocorrência, registrado no 1° DP de Diadema, que Gleyson foi abordado por dois homens no início da rua Caviúna. De lá, foi arrastado para uma viela, onde dispararam contra o jovem. Não houve chance de ser salvo pelo Corpo de Bombeiros, que atestou imediatamente a morte de Gleyson.

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Gleyson publicava em sua rede social fotos dentro de viaturas policiais
Gleyson publicava em sua rede social fotos dentro de viaturas policiais Gleyson publicava em sua rede social fotos dentro de viaturas policiais

O jovem era 'reservado' com a família, diz o irmão. “Não sei se ele tinha brigado com alguém, se tinha alguma desavença”, conta. “Eu não sei porque mataram meu irmão". Gleyson era o mais velho de três irmãos — ele morava com dois mais novos (22 e 17 anos) e os pais. “Nós estamos desolados, porque nada vai trazer ele de volta”, afirma.

Gleyson trabalhava como vigilante em uma empresa próxima de sua casa. Acordava por volta de 6h da manhã, tomava café, se trocava e ia para o trabalho. Lá pelas 19h, já estava em casa. Jantava e ia dormir para estar bem no próximo dia. Segundo o irmão, a vida de Gleyson era “normal”. “Ele era uma pessoa tranquila, com hábitos normais”.

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Durante os finais de semana, Gleyson participava do projeto “Escola da Família”, na escola estadual Professor Miguel Reale, com alunos do 7° ao 9° do Ensino Fundamental. “Ele falava com os alunos sobre drogas. Ele combatia o uso de drogas com a galera aqui da região”, relata o irmão.

Jovem tinha 25 anos e morava com os irmãos e pais em Diadema
Jovem tinha 25 anos e morava com os irmãos e pais em Diadema Jovem tinha 25 anos e morava com os irmãos e pais em Diadema

“Eu acho que foi uma emboscada”, aponta. “Sabiam o horário exato, a roupa que estava usando. Sabiam de tudo”. O corpo de Gleyson foi encontrado desfigurado. “Foi uma brutalidade o que fizeram com meu irmão.”

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O enterro de Gleyson ocorreu na tarde de ontem (23), no cemitério municipal. “Eu só quero justiça. Eu só quero uma resposta”, finaliza o irmão.

Procurada pela reportagem do R7, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que por meio de roteiros culturias dentro da Instituição, pessoas podem conhecer as instalações e os veículos da PM. "Cabe esclarecer que, nas fotos da vítima em sua rede social, ele não utiliza o fardamento da PM paulista", diz o texto. A nota informa ainda que as diligências estão em andamento para a elucidação do crime.

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