As 18 vítimas do acidente de ônibus na rodovia Mogi-Bertioga serão sepultadas em três cemitérios de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, nesta sexta-feira (10). Os corpos serão velados em bairros da cidade. Porém, os horários ainda não foram definidos.
O coletivo, que transportava 46 universitários, capotou no km 84. Houve impacto contra uma rocha e, ao tombar, o veículo ficou totalmente destruído. Todos os ocupantes moravam em São Sebastião e os passageiros eram alunos de várias instituições de Mogi das Cruzes que voltavam para casa.
Familiares das vítimas atribuem o acidente a uma possível imprudência do motorista. Porém, parentes do condutor discordam da versão. Além do condutor, Antônio Carlos da Silva, de 37 anos, morreram no acidente pelo menos 17 estudantes.
Os dois últimos corpos foram liberados do IML (Instituto Médico Legal) no final da noite de quinta-feira (9). Por volta das 20h, algumas vítimas ainda estavam na funerária. A Prefeitura de São Sebastião informou que os enterros serão realizados perto os locais dos velórios, na Costa Sul da cidade, para atender à solicitação dos familiares. Os corpos serão encaminhados para Juquehy (11), Barra do Uma (4) e Boiçucanga (2).
Conheça vítimas do acidente de ônibus na rodovia Mogi-Bertioga
As aulas na UMC (Universidade de Mogi das Cruzes), no leste da Grande São Paulo, foram suspensas por dois dias em solidariedade às famílias e amigos dos estudantes que morreram em um acidente. A Universidade Braz Cubas também decretou luto oficial, mas não suspendeu as atividades acadêmicas.
A cidade de São Sebastião também decretou luto oficial de três dias, cancelou todos os eventos programados para o município e suspendeu as aulas da rede pública municipal.
Endereços dos velórios:
- Quadra de Juquehy – praça Simeão Faustino (ao lado da Emei Branca de Neve);
- Ginásio de Boiçucanga – rua Tropicanga, 99, estrada do Cascalho;
- Quadra de Barra do Una – rua Cravinhos, sem número.
Endereço dos cemitérios:
- Cemitério em Barra do Una – rua Brasília (em frente à Igreja Católica);
- Cemitério em Juquehy – rua João Cipriano. Para chegar à necrópole, é necessário trafegar pela avenida Mãe Bernarda e, após passar a praça Bernedite, entrar na rua Eduardo Teixeira, que dá acesso à rua João Cipriano, informou a prefeitura;
- Cemitério em Boiçucanga – rua Larião de Matos, após a praça Eripidio Romão Teixeira, próximo a escola estadual Walkir Vergani.
Causas do acidente
O ônibus havia passado por manutenção preventiva há 15 dias, de acordo com a empresa União do Litoral. Segundo a nota, o ônibus tinha a vistoria da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), além da fiscalização da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) e da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).
A União do Litoral diz, ainda, que não há como precisar a causa do acidente. Apenas após a conclusão do laudo da perícia científica será possível disponibilizar essa informação.
A empresa negou que o veículo de prefixo 4.900 trafegasse em alta velocidade. "Isso seria difícil, já que o trecho era de serra e trafegar em alta velocidade traria riscos", destacou por meio da assessoria de imprensa. União Litoral também informou que o tacógrafo do veículo registrou 41 km/h no momento do acidente e que a máxima permitida na rodovia é de 60 km/h.
IML divulga lista das 18 vítimas do acidente
A transportadora também negou que teria ocorrido uma discussão entre o motorista e os estudantes, situação que chegou a ser cogitada por alguns dos sobreviventes. "A pasta profissional do motorista é exemplar e não há nenhuma reclamação de alunos. Inclusive, alguns alunos de outras linhas irão prestar uma homenagem a ele com um minuto de silêncio", comentou a empresa.
Ainda de acordo com a União do Litoral, a seguradora foi acionada e está providenciando o sepultamento das vítimas, além de apoio médico para o caso de tratamentos especializados e transferências hospitalares.
Em Bertioga, o delegado Fábio Pierre, que iniciou as investigações sobre as causas do acidente, afirmou que será "difícil" realizar a perícia no ônibus por causa do estado de destruição do veículo.
— Mesmo assim, vamos tentar periciar a barra de direção e o sistema de freios. Não descartamos também a possibilidade de o motorista ter dormido ao volante. Nenhuma hipótese será descartada e vamos montar este quebra-cabeças.
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