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Ingredientes ativos só devem ser usados sob supervisão médica
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Consumo sem monitoramento representa um risco significativo à saúde
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Empresas violam lei federal
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No Brasil, produto ficou conhecido como "melzinho do amor"
Ingredientes do Viagra e Cialis só devem ser utilizados sob supervisão médica
FreepikNesta semana, a FDA (Food and Drug Administration) notificou quatro empresas por venderem ilegalmente mel e produtos à base do melado com dois ingredientes ativos que combatem a disfunção erétil, o tadalafil (encontrado no Viagra) e o sildenafil (presente no Cialis).
De acordo com a agência, testes laboratoriais constataram a presença dos dois ingredientes nas amostras dos produtos. Entretanto, eles não estavam listados nos rótulos das mercadorias.
O Cialis e o Viagra são medicamentos aprovados pela FDA para tratar homens com disfunção erétil, mas apenas sob a supervisão de um profissional de saúde licenciado. A instituição reforçou em comunicado que o consumo sem monitoramento representa um risco significativo à saúde do consumidor.
“Esses ingredientes não declarados podem interagir com nitratos encontrados em alguns medicamentos prescritos, como a nitroglicerina, e podem reduzir a pressão arterial a níveis perigosos. Pessoas com diabetes, pressão alta, colesterol alto ou doenças cardíacas costumam tomar nitratos”, alertou.
As cartas de advertência foram enviadas para a Thirstyrun LLC (conhecida também como US Royal Honey LLC), MKS Enterprise LLC, Shopaax.com e 1am Incorporated dba Pleasure Products EUA.
A Thirstyrun LLC foi notificada pela venda do “Etumax Royal Honey for Him” e “Dose Vital Honey for Men”, que contêm o ingrediente do Cialis, e o “Secret Miracle Royal Honey for Her”, com ativos do Viagra.
A MKS Enterprise LLC recebeu a advertência pela comercialização do “Vital Honey” com adição dos componentes do Cialis. Já a Shopaax.com deverá se explicar pela venda do “Royal Honey for Him” com níveis do estimulante do Viagra.
Por último, a 1am Incorporated dba Pleasure Products EUA foi advertida pelo comércio do “x rated honey for men” com o ativo do Cialis.
Os textos descrevem como as empresas violam a lei federal vendendo os ingredientes em produtos comercializados como alimentos, como o mel, e alegando que eles auxiliam no tratamento de doenças ou melhoram a saúde.
“Alguns dos produtos citados nas cartas de advertência também são medicamentos novos não aprovados porque se destinam ao uso na cura, mitigação, tratamento ou prevenção de doenças e carecem de aprovação da FDA. Em alguns casos, as alegações de produtos fazem referência a doenças que só podem ser diagnosticadas ou tratadas sob supervisão médica”, informou a agência em comunicado.
E acrescentou: “Além disso, alguns produtos citados nas cartas de advertência são representados como suplementos dietéticos, embora os produtos tadalafil e sildenafil sejam excluídos da definição de suplemento dietético”.
As empresas têm até 15 dias úteis para informar à FDA como elas resolverão o caso ou fornecer dados embasados para provar que seus produtos não violam a lei. O não cumprimento de um dos requisitos citados anteriormente implicará em ação legal, incluindo a apreensão do produto e/ou liminar.
Em território nacional, esses produtos, usados como estimulantes sexuais, são popularmente conhecidos como “melzinho do amor”. Os sachês da substância são vendidos na internet e em camelôs como se fossem um afrodisíaco 100% natural e se tornaram febre entre jovens e adolescentes.
Entretanto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e o próprio uso desses produtos. Além disso, o órgão determina a apreensão dos itens que forem encontrados à venda.
Em uma investigação feita pelo Domingo Espetacular, foi constatado que um sachê do “mel” pode conter mais que o dobro da dosagem de um comprimido de Viagra e ocasiona efeitos colaterais diversos. A longo prazo, ele diminui a pressão e pode ser fatal.
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