Padilha se manifesta e agradece apoio dos amigos, durante internação da filha em hospital da rede pública
Reprodução/FacebookO ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, rompeu o silêncio nesta terça-feira (31) e falou pela primeira vez sobre o nascimento de sua filha, Melissa, pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Melissa nasceu prematura no dia 12 de fevereiro e ficou internada por 28 dias no Hospital Maternidade Cachoeirinha, na capital paulista, para ganhar peso.
Por ter sido uma gravidez de risco, o parto teve de ser por cesárea, apesar de a mulher de Padilha,Thássia, ter revelado o desejo de que o nascimento fosse por parto humanizado. Desde a alta de Melissa, no último dia 10, houve a necessidade de retornos periódicos ao Ambulatório de Neonatal, para acompanhamento do bebê, que vem evoluindo bem.
E, ao ser informado de que a menina poderá passar a Páscoa com os familiares, Padilha resolveu se manifestar pelo Facebook, agradecendo toda a equipe e mostrando indignação com as críticas sofridas por ele durante a internação da filha.
— Agora (com) quase 1 mês de retornos no ambulatório de prematuro, nos quais convivemos com profissionais que, mesmo cientes das dificuldades, restrições, obstáculos que ainda temos no SUS, se dedicam para vencê-los e oferecer qualidade e humanização no atendimento que o faz ser um serviço de referência. Torço para que estes exemplos de dedicação contagiem cada vez mais os profissionais, que passam no Cachoeirinha, durante a sua formação (estágio, internato, residência médica e multiprofissional).
Após quase 1 mês internada, filha de ex-ministro que nasceu no SUS recebe alta
Padilha afirmou que todo este período tem sido um aprendizado, para ele e para a família.
— Durante 30 dias ininterruptos o Cachoeirinha e sua UTI Neo foram nossa segunda casa, para acompanharmos a luta dessa guerreirinha, pequena Melissa, que está nos dando lições de amor e luta pela vida. Poder estar com ela no Hospital e agora em casa tem sido especial.
Além de elogiar a fibra de Thássia, a quem chamou de companheira querida, e agradecer aos amigos, o ex-ministro, candidato derrotado ao governo paulista nas últimas eleições, não se esqueceu das críticas recebidas, entre elas a de que teria mandado retirar residentes da ala de atendimento, para evitar maiores riscos no nascimento da filha.
Ele desabafou, dizendo que todos estes tipos de afirmação eram inverdades. E se mostrou inconformado com a postura destas pessoas, em um momento de dificuldade para ele e seus familiares.
— Desejo mais amor também a todos aqueles que escolheram destilar seu ódio, preconceito e suas inverdades a respeito do parto e das condições de nascimento da pequena Melissa, em um momento onde eu,Thássia, nossas famílias, amigos e profissionais do Cachoeirinha vivíamos minutos e horas de apreensão, expectativa,ansiedade e luta pela vida.
Padilha ressaltou que levantou todas as provas para contrariar as afirmações que se espalharam pelas redes sociais, principalmente no momento em que Melissa nasceu.
— Documentos do próprio hospital e nota da sua direção já desmontaram as inverdades sobre a composição da equipe de profissionais, sobre as condições de internação, sobre a ocupação de leitos na enfermaria e na UTI materna, sobre as condições em que o parto foi realizado e sobre a saúde da minha esposa e da minha filha.
Segundo ele, por causa da falta de checagem das informações, se perdeu uma boa oportunidade de chamar a atenção para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia no último trimestre da gravidez, conforme ocorreu com Thássia, e a importância de um pré-Natal bem feito.
— Quando a Thássia, no começo da gravidez, veio me comunicar a decisão dela de fazer o pré-Natal e o parto na rede pública, disse-me que o fazia não por achar que temos uma rede pública perfeita ou com a qualidade pela qual continuamos lutando, mas por achar coerente fazê-lo e por ter ciência de que quando se trata de assistência ao parto,a chance de uma decisão por cesárea desnecessária é infinitamente menor no SUS.