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Após morte de jovem, hospital de SP cria ação contra erro médico

Após morte da filha, pai resolveu lutar para promover mudanças na conduta dos profissionais

Saúde|

Chico Lima e Sandra Lima, que perderam a filha em hospital, ajudaram a criar o programa
Chico Lima e Sandra Lima, que perderam a filha em hospital, ajudaram a criar o programa Chico Lima e Sandra Lima, que perderam a filha em hospital, ajudaram a criar o programa

Após perder a filha por suposto erro médico de uma equipe do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o engenheiro Francisco Cruz Lima, de 60 anos, resolveu lutar para promover mudanças nos procedimentos e na conduta dos profissionais. Tudo começou com um documento relatando a morte da jovem de 27 anos e se transformou no Programa de Segurança do Paciente, que recebeu o nome de Júlia Lima neste mês.

Segundo o diretor-superintendente do hospital, Miguel Cendoroglo Neto, esse programa terá como foco o engajamento dos profissionais ao dar assistência aos pacientes.

— O Júlia Lima dará ênfase à experiência do paciente, atuando nos aspectos comportamentais dos profissionais assistenciais: empatia, comunicação e atitude.

O pai de Júlia passou a pesquisar sobre o tema e sugeriu mudanças no comportamento dos profissionais, como ouvir mais os pacientes e solicitar uma segunda opinião ao se deparar com um caso mais complexo.

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— Fiquei transtornado, mas não podia ser negligente com a situação. Dessa catástrofe que aconteceu, quis fazer algo melhor, porque não quero que ninguém passe pelo que a Júlia e nós passamos", diz Lima.

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Júlia, que era atriz, deu entrada no hospital em 4 de fevereiro deste ano com dores no cóccix e foi constatado que tinha síndrome de Cockett, compressão da veia ilíaca pela artéria. Ela foi operada dois dias depois e, entre os dias 9 e 10, ficou internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), quando começou a apresentar complicações. Estava sendo medicada com um anticoagulante.

— Deveriam ter parado a medicação na primeira gota de sangue. Tiramos toalhas cheias de sangue e (os médicos) deixaram tudo acontecer lentamente. O olhar dela pedindo socorro não me sai da cabeça.

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Queixas

Lima conta que, durante as 18 horas em que a jovem esteve internada, a família apresentou queixas, mas os médicos disseram que os sintomas eram normais. Júlia morreu no dia 10. Além da reformulação do programa, o Einstein prevê a construção de um memorial em homenagem à paciente, que será instalado na faculdade de Medicina da unidade.

"Ela era uma pessoa intensa, gostava muito de artes e sempre adorou o balé. Tinha preocupação com o ambiente e era responsável", diz a mãe da atriz, a tradutora Sandra Giuliani Cruz Lima, de 59 anos.

Cendoroglo Neto diz que o caso da atriz ainda está sendo apurado, mas confirma que eventos atrapalharam no processo de recuperação da jovem na UTI.

— Identificamos até o momento que houve uma sequência de agravos, associados ao uso de drogas de alta complexidade, que dificultaram o manejo da complicação e a reversão do quadro.

O hospital informou que, se forem comprovados erros, o caso será encaminhado para os órgãos responsáveis. O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) diz que uma sindicância foi instaurada.

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