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Brinco na orelha de bebê: especialistas explicam quando e como fazer furo

Perfuração não tem idade ideal para ocorrer, mas cuidados devem ser tomados devido ao sistema imunológico dos recém-nascidos

Saúde|Do R7

Perfuração da orelha do bebê exige atenção redobrada para evitar infecções
Perfuração da orelha do bebê exige atenção redobrada para evitar infecções Perfuração da orelha do bebê exige atenção redobrada para evitar infecções

Um vídeo no TikTok chamou atenção de muita gente ao mostrar a perfuração da orelha de um bebê que, além de se assustar, chora em seguida. É possível ver certa dificuldade da pessoa ao manusear a "pistola" (um dos aparelhos utilizados para o procedimento), que escorrega da mão do profissional quando ainda está presa na orelha da criança.

Veja o vídeo:

De acordo com o pediatra Paulo Telles, membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), as orelhas das crianças podem ser perfuradas logo após o nascimento, desde que o procedimento não traga riscos para o bebê, seja feito por um profissional qualificado e siga protocolos de higiene.

Ele afirma que a SBP recomenda que o furo seja feito 15 dias após o nascimento, de modo que o médico responsável tenha tempo de avaliar e autorizar a perfuração, e que confirme que não existem problemas, como a icterícia, que possam interferir ou causar desconforto à criança.

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A enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, doutora em enfermagem pela Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo), orienta que o procedimento seja realizado em crianças com mais de 3 kg e que já tenham passado pelos ajustes iniciais de amamentação.

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Os profissionais afirmam que a perfuração pode ser realizada tanto por enfermeiras ou médicos, como também por métodos de acupuntura.

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Indica-se o uso de pomadas anestésica para diminuir o desconforto momentâneo de materiais com menor risco de provocarem reações alérgicas, como ouro maciço, aço cirúrgico ou aço inoxidável.

O pediatra acrescenta que fazer o furo enquanto oferece amamentação à criança pode gerar também efeito analgésico e acalmar o bebê.

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Telles alega que não é recomendado o uso das pistolas para fazer o furo pois, além do barulho, que pode assustar, o método pode gerar furos assimétricos. Nem todos esses equipamentos passam por esterilização e higienização adequadas, o que facilita processos infecciosos.

Cinthia lembra que, para haver uma boa e adequada cicatrização, é importante que os pais estejam com as mãos higienizadas ao manusear o lóbulo da orelha da criança e que limpem o local com álcool 70%, com a ajuda de um algodão ou cotonete e, uma vez ao dia, girar o brinco, de modo que não fique grudado à pele.

O pediatra ressalta, também, que os pais devem se atentar ao trocar as roupas do bebê para que não se prendam ao brinco e gerem feridas.

Segundo o médico, a cicatrização demora em torno de 35 a 40 dias — quando é necessário verificar a existência de possíveis infecções.

Entre os sinais que podem ser observados nesses casos estão vermelhidão e calor local ou secreções. Ele orienta que, ao aparecimento desses sinais, os pais procurem o médico para ver o grau de inflamação. 

"É importante lembrar que bebês recém-nascidos ainda têm a imunidade mais baixa e, apesar de se tratar de um procedimento simples, a contaminação pode ocorrer", completa Telles. 

Os especialistas asseguram que, nesses casos, o ideal é higienizar bem o local com sabonete neutro, retirar o brinco, e buscar ajuda pediátrica. Em alguns casos, é necessário esperar a cicatrização do furo para realizar novo procedimento.

Após a avaliação, caso seja identificada uma má cicatrização ou reação alérgica, o tratamento é feito com pomadas antialérgicas ou antiinflamatórias. Caso seja infeccioso, se não for possível o tratamento tópico, pode ser preciso o uso de antibióticos via oral ou até intravenosos.

Por fim, eles lembram que não existe uma idade certa para a perfuração, podendo ser realizada no momento em que a família se sentir confortável.

"A perfuração por brincos é algo cultural da América Latina, mas na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, não há esse costume logo ao nascer", finaliza Telles.

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