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Câncer de Mamma Bruschetta é fatal na maioria dos casos

Tumor no esôfago da apresentadora está em fase inicial, com grande chance de sucesso no tratamento; mas muitos pacientes não têm a mesma sorte

Saúde|Aline Chalet*

Mamma descobriu câncer nos exames pré-operatórios
Mamma descobriu câncer nos exames pré-operatórios Mamma descobriu câncer nos exames pré-operatórios

Após descobrir um câncer de esôfago, a apresentadora Mamma Bruschetta, de 70 anos, será submetida a um procedimento pouco invasivo para retirar o tumor, ainda em estágio inicial. Não haverá necessidade de quimioterapia ou radioterapia. 

No entanto, dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) mostram que a realidade para a maioria dos pacientes com esse tipo de tumor é diferente. Dos 10.790 casos diagnosticados em 2018, 8.554 pacientes morreram - uma taxa de quase 80% de mortalidade. 

A oncologista Nise Yamaguchi, vice-presidente da SBC (Sociedade Brasileira de Cancerologia), afirma que casos parecidos com o de Mamma não costumam ter mais complicações.

O cirurgião oncológico Flavio Sabinno, coordenador do Grupo de Tumores e Câncer do Esôfago e Estomago do Inca, afirma que esse tipo de câncer é o quinto mais comum em homens e o décimo quinto entre mulheres.

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Existem dois tipos de câncer de esôfago: o carcinoma epidermoide escamoso, que acontece no comprimento do órgão; e o adenocarcinoma, que surge na transição entre o esôfago e o estômago.

Segundo Sabinno, o primeiro está relacionado ao tabagismo, consumo de carnes processadas, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e consumo frequente de bebidas quentes. O segundo está relacionado a uma predisposição genética e obesidade.

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Nise explica que existe uma válvula entre o esôfago e o estômago que impede a passagem de líquidos no sentido não natural. Em alguns casos, essa válvula não se fecha completamente, permitindo a passagem do líquido do estômago para o esôfago, são os refluxos.

Como o conteúdo do estômago é muito ácido, quando o refluxo acontece ocorre uma irritação na região. O excesso de inflamações pode levar a mutação das células e ao tumor. O cirurgião oncológico observa que, devido ao aumento de pressão nos órgãos internos, as pessoas obesas possuem mais refluxo, que pode levar ao adenocarcinoma.

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De acordo com Sabinno, os casos relacionados ao tabagismo, consumo de alimentos processados e bebidas alcoólicas, acontecem pela presença de substâncias cancerígenas nesses produtos. As bebidas quentes causam queimaduras constantes que irritam e inflamam o esôfago. 

Segundo a oncologista Anelisa Coutinho, da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), tumores em estágio inicial podem ser tratados apenas com a retirada por endoscopia, casos mais avançados, precisam de radioterapia e quimioterapia, normalmente combinados, seguido de cirurgia. As complicações estão relacionadas aos efeitos colaterais dos medicamentos escolhidos para o tratamento.

Nise aponta como uma forma alternativa de tratamento a imunoterapia, que estimula a defesa imunológica do próprio corpo. Normalmente, essa técnica é combinada com quimioterapia.

Para determinar a gravidade do câncer são levados em consideração três fatores: a profundidade; a presença de linfonodos, nodos de defesa do corpo; e a presença de metástases, que é a formação de um novo tumor, desconectado do primeiro, afirma Sabinno.

Os sintomas do câncer de esôfago só começam a aparecer em um estágio mais avançado — como o diagnóstico é feito por endoscopia e biópsia, é difícil descobri-lo quando ainda é superficial.

Mamma Bruschetta só o descobriu devido aos exames preparatórios para cirurgia bariátrica. Os médicos afirmam que os sintomas são dor na região do tórax e abdômen, dificuldade de engolir, vômito, emagrecimento e refluxo.

Apesar da alta taxa de mortalidade, o câncer de esôfago pode ser evitado. Nise recomenda uma boa alimentação, com frutas, verduras e legumes, evitar o consumo de alimentos processados, café, açúcar, corantes, edulcorantes e agrotóxicos, consumir ômega 3, pois possui ação anti-inflamatória, comer pequenas quantidades, fazer uma mastigação lenta, evitar beber líquidos durante as refeições e evitar comidas e bebidas muito quentes.

*Estagiária sob a supervisão de Fernando Mellis

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