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Caxumba também afeta adultos, como aconteceu com Geraldo Luís

Apresentador foi diagnosticado no último domingo (4); doença se manisfesta por dez dias e exige repouso e isolamento, pois é altamente contagiosa

Saúde|Gabriela Lisbôa, do R7

Geraldo Luís teve alta nesta segunda-feira (5) e se recupera em casa
Geraldo Luís teve alta nesta segunda-feira (5) e se recupera em casa Geraldo Luís teve alta nesta segunda-feira (5) e se recupera em casa

A caxumba também afeta adultos, como aconteceu com Geraldo Luís.

Depois de comandar o Domingo Show no último domingo (4), o apresentador da RecordTV foi para casa e ouviu do filho que seu rosto estava diferente. "Está parecido com o Kiko do Chaves piorado".

“Achei que era brincadeira. Não era. Aumentou o volume na pele, fiquei muito preocupado", escreveu o apresentador em suas redes sociais.

Depois de conversar com um médico e ser atendido em uma emergência durante a madrugada, ele recebeu o diagnóstico: caxumba.

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"Caxumba depois de velho? ”, escreveu Geraldo.

O apresentador, agora, está fazendo tratamento em casa, isolado, já que a doença é altamente contagiosa. Por causa disso, além da medicação, até melhorar ele também vai ter que usar uma máscara.

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Caxumba em adultos

A médica infectologista do Centro de Imunização do Hospital das Clínicas da USP, Amanda Nazareth Lara, explica que a doença costuma ser mais comum em crianças porque a chance de elas já terem entrado em contato com o vírus e criado anticorpos é menor.

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“Adultos têm mais chance de estarem protegidos porque é provável que tenham entrado em contato com o vírus de alguma forma ao longo da vida. É difícil, mas pode acontecer de uma pessoa não ter criado anticorpos e, desta forma, ficar doente”, explica a médica.

A caxumba em adultos pode ser mais grave do que nas crianças porque a possibilidade de complicações é maior, embora esses casos sejam considerados raros, a doença pode evoluir e o vírus pode provocar inflamações em outros lugares do corpo, como os testículos e os ovários.

Em casos mais extremos, o vírus pode ir para a corrente sanguínea e causar meningite.

Casos em São Paulo

O número de casos de caxumba em São Paulo está diminuindo. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, no ano passado, 1.670 pessoas foram infectadas com a caxumba. Em 2016, o número de casos registrados chegou a 7.360.

Na capital, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não há surtos de caxumba no momento. Mas, do início do ano até o dia 24 de fevereiro, foram notificados dois surtos de caxumba, com um total de 8 casos. 

O número é bem inferior ao total de casos registrados no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 23 surtos e 98 pessoas ficaram doentes.

A caxumba não é uma doença de notificação compulsória, ou seja, as pessoas não são obrigadas a comunicar o governo quando estão doentes. Essa obrigação só acontece quando o surto é registrado em uma escola ou algum outro tipo de instituição fechada. Por causa disso, o número de pessoas que pegaram caxumba nos últimos meses pode ser maior.

Surtos na região Sul do Brasil

No ano passado, a região sul do Brasil chamou atenção pelo número de casos, principalmente o estado do Paraná. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde do Paraná, durante todo o ano, foram registrados 17 surtos nos municípios de Ponta Grossa, Rio Negro, Araucária, Turvo, Nova Laranjeiras, União da Vitória, Francisco Beltrão, Londrina, Ortigueira e Cândido de Abreu.

Ao todo, 323 pessoas ficaram doentes. Destas, 202 eram vacinadas, o que representa 62,5% dos casos.

Entre os pacientes está o biólogo Rafael Marques. Vacinado quando criança, ele pegou a doença aos 30 anos, assim como muitos colegas de trabalho. “Fui informado na emergência que havia um tipo diferente de vírus circulando”, conta.

Em 2007, o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, chegou a identificar um novo subtipo do vírus da caxumba. Mas, de acordo com pesquisas realizadas na época, ele poderia ser combatido pela vacina.

Vacina contra caxumba

A vacina que previne a caxumba é a tríplice viral, a mesma do sarampo e da rubéola. Ela deve ser aplicada em duas doses a partir dos 12 meses de idade, com intervalo mínimo de 30 dias.

Quem tomou apenas uma dose deve tomar a segunda, independentemente da idade. Não é necessário tomar a primeira novamente. 

O Ministério da Saúde recomenda que crianças acima de 4 anos, adolescentes e adultos até 29 anos que ainda não foram vacinados contra a caxumba tomem duas doses de tríplice viral. Adultos entre 30 e 49 anos devem tomar uma dose da mesma vacina.

Grávidas não podem se vacinar contra caxumba. Como a dose da vacina é feita com o vírus atenuado, pode causar problemas de má-formação no feto, segundo a infectologista.

Quem não se lembra se tomou a vacina quando criança, pode tomar mais uma vez.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização, a eficácia da vacina em pessoas que tomaram as duas doses pode variar entre 80% e 90%.

Amanda explica que é possível que, durante um surto, uma pessoa que tomou as duas doses da vacina seja infectada pelo vírus da caxumba, mas isso é extremamente raro. Da mesma forma, é muito difícil que quem já teve a doença tenha mais uma vez.

Sintomas e tratamento

Como acontece com a maioria das doenças virais, não existe um tratamento específico para caxumba, apenas medicamentos para controlar a dor e diminuir a febre. Os sintomas são inchaço das glândulas salivares, que estão localizadas abaixo da mandíbula, febre, mal-estar e dores musculares.

Algumas pessoas pensam que se pode pegar caxumba de um lado e depois do outro. Mas não é desta forma que a doença se manifesta. O vírus entra no organismo e causa uma inflamação. O inchaço pode variar de uma pessoa para a outra ou acontecer só de um lado. De acordo com a infectologista, isso não significa que o paciente possa pegar caxumba "no outro lado" depois.

A principal indicação médica é o repouso absoluto.

Também é importante evitar alimentos que estimulem a produção de saliva, como os mais ácidos e que exigem muita mastigação. De acordo com a infectologista, a caxumba provoca infecção em uma glândula chamada parótida, responsável pela produção de saliva. Enquanto estiver doente, esta glândula precisa descansar.

Como é uma doença altamente infecciosa, ou seja, passa de uma pessoa para a outra com facilidade, através das vias respiratórias e da saliva, os infectados devem ser isolados durante o tratamento. O uso de máscaras, como a do Geraldo Luís, é recomendado para evitar o contágio. A doença fica incupada por até duas semanas e se manifesta durante cerca de dez dias. 

Em seu perfil no Instagram, o apresentador agradeceu as mensagens de carinho recebidas e contou que saiu do hospital nesta segunda-feira (5) para ficar de repouso em casa.

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