Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Cientistas descobrem tratamento capaz de curar o câncer de mama em duas semanas

O método, testado em camundongos, implanta um dispositivo no tecido tumoral que potencializa o efeito de uma nova classe de fármacos contra a doença

Saúde|Do R7

Estudo fornece base para uma nova abordagem no tratamento do câncer
Estudo fornece base para uma nova abordagem no tratamento do câncer Estudo fornece base para uma nova abordagem no tratamento do câncer

Pesquisadores chineses criaram uma bateria "de água salgada autocarregável" capaz de eliminar o câncer de mama ou diminuir em 90% o tamanho do tumor em duas semanas, quando combinada a um nova classe de medicamento (ainda em testes) denominada pró-fármacos ativados por hipóxia (HAPs, na sigla em inglês). 

O estudo foi realizado por cientistas da Universidade de Fudan, em Xangai, e publicado na revista científica Science Advances.

Uma das maiores dificuldades dos fármacos convencionais contra a doença é que eles não são direcionados especificamente para o tumor do indivíduo, o que aumenta a toxicidade e os efeitos coletarais nos pacientes.

Para contornar essa situação, os cientistas criaram o dispositivo — composto de dois eletrodos, um de poli-imida biocompatível e outro de zinco —, que é colocado no tecido tumoral e age diretamente no "terreno" de que o tumor depende para crescer.

Publicidade

Durante o processo de descarga e autocarga da bateria, ela consome o oxigênio desse ambiente. Dessa forma, ela suprime o crescimento do tumor e cria um nível de hipóxia (quando não chega oxigênio suficiente às células), perfeito para potencializar a ação dos HAPs — no caso do estudo, a tirapazamina.

Para provar esse conceito, os pesquisadores testaram a terapia em cinco camundongos com carcinoma mamário murino 4T1 (comumente usado para entender a biologia dos tumores em geral, por sua característica invasiva).

Publicidade

Em um primeiro momento, eles mediram a eficácia da solução salina (usada para reduzir o tamanho do tumor) e da bateria de forma individual na diminuição de oxigênio (O₂), em outros camundongos. O dispositivo, por si só, reduziu o nível de O₂ para 1,9% em duas semanas. 

Já a solução diminuiu o nível de O₂ para 14,1% após 14 dias. 

Publicidade

Essa maior efetividade do dispositivo na diminuição do oxigênio ficou clara quando a bateria foi combinada à tirapazamina (HAP): o tumor desapareceu em 80% dos camundongos (o equivalente a quatro dos cinco que estavam sendo testados).

No caso em que ele não foi completamente eliminado, teve o volume médio reduzido em 90%. 

O estudo ainda avaliou a eficácia do tratamento combinado em laboratório (fora dos animais) com tumores fatiados e o uso de corantes. Ele constatou que as células tumorais foram claramente eliminadas pela terapia em várias profundidades. 

Os resultados sugerem que usar a bateria antes de iniciar um tratamento com os HAPs, a longo prazo, pode aumentar a eficácia do medicamento. 

Além disso, a bateria diminui os efeitos colaterais do tratamento — os pesquisadores não observaram alterações no peso nem nos principais órgãos dos camundongos.

"Este trabalho é um estudo cruzado entre a tecnologia de baterias e a bioterapia, que não apenas fornece um novo método de tratamento para terapia antitumoral, mas também cria um precedente para baterias em aplicações biomédicas", disse Xia Yongyao, autor do estudo e professor da Universidade de Fudan, à agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

Melatonina: suplemento pode ser pouco útil para quem tem insônia; entenda

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.