Em 20 dias, Sp registra 1.000 casos de suspeita de dengue
Reprodução/Rede RecordNo primeiro balanço deste ano realizado pela Secretaria Municipal da Saúde sobre a situação da dengue, os dados provisórios apontam que o município registrou, até a 3ª semana epidemiológica — entre os dias 4 e 24 de janeiro —, 1.304 casos de suspeita da doença. Dessas, 120 já foram confirmados. No mesmo período do ano passado, foram registradas 495 notificações e 45 casos confirmados. Já para a febre chikungunya, neste ano, não há registro de casos na cidade.
Diante dos dados preliminares, a administração municipal estima que, nesse ritmo, a cidade pode enfrentar uma situação crítica em 2015, com até 90 mil casos de dengue. Entre as hipóteses levantadas pela Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde) para o aumento dos casos neste ano estão as altas temperaturas e o acúmulo de água limpa sem proteção, devido a crise de abastecimento dos últimos meses.
Para reverter este cenário, a participação e engajamento de toda população é uma prioridade. No ano passado, o Estado de São Paulo registrou 193.636 casos. Na capital, em 2014, foram registrados 28.995 casos (97,7% ocorreram no primeiro semestre), com 14 mortes ao longo do ano.
Brasil poderá ter vacina contra a dengue em 2015
A prefeitura reforçou o trabalho dos 2.500 agentes de zoonoses em toda cidade, com ações de visitas porta a porta, grupos de orientação e ações de combate nos locais de grande concentração de pessoas.
As subprefeituras também estão envolvidas neste trabalho preventivo. Os paulistanos devem se atentar à necessidade de ação individual preventiva para eliminar criadouros de mosquito Aedes aegypti. A visita de equipes é programada com base no mapeamento de pontos críticos, a partir dos casos confirmados. O uso de nebulização pesada (“fumacê”) só ocorre em última instância, emergencial, e funciona para eliminar mosquitos, sem efeito prático na eliminação de criadouros.
Saiba quais são os sintomas da dengue
É importante esclarecer que a dengue está mais associada ao calor e à água limpa do que simplesmente à chuva, porque qualquer pequena coleção de água, desde uma tampinha de garrafa a um prato de vaso pode ser um criadouro, explica a médica e coordenadora da Covisa, Wilma Morimoto.
— A dengue tem esta tendência de repiques a cada dois ou três anos. O município registrou 5.866 casos em 2010, nos anos seguintes houve uma redução e, em 2014, o estado de São Paulo registrou um aumento da dengue, também pela própria natureza da evolução do mosquito e do próprio vírus.
É importante a população estar atenta aos cuidados com o mosquito Aedes aegypti, que transmite não apenas a dengue como também a febre de chikungunya. Os sintomas são parecidos: febre alta, dor de cabeça, dor no corpo e mal-estar. Porém, no caso da febre de chikungunya, as dores nas articulações podem durar mais de seis meses.
A Secretaria Municipal de Saúde adotou, desde o ano passado, duas novas estratégias para o combate às doenças. A portaria 2.286/2014 estabelece que os serviços públicos e privados de saúde devem realizar, em até 24 horas, a notificação compulsória dos casos suspeitos. A secretaria criou ainda comitês locais de prevenção nas subprefeituras, para fortalecer o contato com a comunidade e o trabalho integrado nas ações de campo.
Aprenda a se prevenir
— Pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia
— Tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo e as recicláveis guardadas fora da chuva
— Latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca para baixo
— Caixas d’água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras sem rachaduras ou cobertas com tela tipo mosquiteiro
— Piscinas devem ser tratadas com cloro ou cobertas
— Pneus devem ser furados ou guardados em locais cobertos
— Lonas, aquários, bacias, brinquedos devem ficar longe da chuva
— Entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados ao lixo ou “Operação Cata-Bagulho”
— Cuidados especiais para as plantas que acumulam água, como bromélias e espadas de São Jorge; ponha água só na terra