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Entenda o aneurisma, que levou o diretor Jorge Fernando à morte

Ator e diretor morreu em decorrência de parada cardíaca causada por aneurisma na parede da artéria aorta; idade aumenta risco de ter a doença

Saúde|Brenda Marques, do R7

Ator e diretor Jorge Fernando morreu aos 64 anos
Ator e diretor Jorge Fernando morreu aos 64 anos Ator e diretor Jorge Fernando morreu aos 64 anos

O diretor Jorge Fernando morreu no último domingo (27), aos 64 anos, por conta de uma parada cardíaca que foi causada por uma dissecção da aorta, de acordo com o hospital onde ele estava internado, no Rio de Janeiro.

O cirurgião cardiovascular Diego Gaia, professor doutor da Escola Paulista de Medicina, em São Paulo, afirma que a dissecção da aorta é um tipo de aneurisma que leva um quarto das pessoas com o problema à morte nas primeiras 24 horas. "Trata-se de uma emergência médica", diz.

Ele explica que a aorta tem três camadas, como se fosse um "cano dentro do outro." A dissecção ocorre quando a camada mais interna se rompe e o sangue começa a circular no meio das duas camadas. 

"É uma doença que não dá aviso. A intensidade da dor é semelhante a uma facada no peito que pode se espalhar para costas, barriga ou pernas, sendo difícil de diagnosticar, pois parece infarto", afirma. "Mas, quando a pessoa consegue ser atendida rapidamente, tem tratamento", acrescenta.

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O hábito de fumar é um dos principais fatores de risco para esse tipo de aneurisma, segundo o cirurgião vascular Alexandre Amato, professor de cirurgia vascular da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA).

Amato explica que todo aneurisma é a dilatação da parede de uma artéria “É como se fosse uma bexiga, ela vai dilatando, até o momento que ela estoura”, compara.

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O aneurisma dissecante, por sua vez, é causado por uma separação na parede da artéria aorta que gera um desvio no fluxo do sangue e fragiliza a parede arterial. “A artéria é formada por três camadas unidas, quando ocorre a dissecção, o sangue separa essas camadas e passa entre a camada íntima e a média em vez de passar no meio do vaso”, explica.

A possibilidade de ocorrer o rompimento da artéria, nesse caso, é grande e aumenta conforme o tamanho do aneurisma. Por isso, é importante prevenir o problema por meio do controle dos fatores de risco.

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Saiba mais: Como saber se você tem um aneurisma? Neurologistas explicam

“O aneurisma dissecante está muito relacionado com o tabagismo, então parar de fumar é importantíssimo e controlar a pressão arterial também”, alerta o médico.

Fumar favorece o acúmulo de placas de gordura e causa o enrijecimento e envelhecimento da parede das artérias, doença chamada asterosclerose, que, por sua vez, também é uma das principais causas da dissecção da aorta.

A idade também é um fator de risco. “A partir dos 60 anos o risco de dissecção é maior. Se acontecer antes, possivelmente tem uma doença genética mais grave associada”, afirma.

Ainda de acordo com ele, a possibilidade de ter dissecção da aorta aumenta se alguém da família já teve o problema. O especialista cita um dado do Manual Merck, livro médico que reúne informações sobre diversas doenças: 60% dos pacientes também têm familiares com a doença.

As mulheres, por sua vez, estão mais protegidas em relação a essa doença por causa dos hormônios femininos. “Eles atrasam o desenvolvimento da aterosclerose, então o risco é menor até a mulher chegar na menopausa”, esclarece o médico.

O aneurisma, em geral, não apresenta sintomas. Mas pode acontecer de a pessoa sentir dor no toráx. “É uma dor tão forte que a pessoa acaba indo para o pronto-socorro e, nesse caso, o diagnóstico principal é infarto agudo do miocárdio”, explica Alexandre. Ele acrescenta que 20% das pessoas que sofrem dissecção morrem antes de chegar ao hospital.

Nos casos em que o aneurisma dissecante é muito grande, o paciente deve ser operado. São duas as possibilidades de intervenção cirúrgica: “Na cirurgia aberta faz-se a substituição da artéria aorta e na endovascular é colocada uma prótese que vai fechar novo canal criado pela separação das paredes que causaram o desvio do sangue”, explica o especialista.

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