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Exame PET-CT continua fora da tabela do SUS e prejudica pacientes com câncer

Portarias que prevêem a incorporação da tecnologia foram publicadas em 23 de abril

Saúde|Da Agência Brasil

Exame para tratamento do câncer continua fora da tabela SUS
Exame para tratamento do câncer continua fora da tabela SUS Exame para tratamento do câncer continua fora da tabela SUS (Gulcan yasemin Sumer/Getty Images/Hemera)

Incorporado ao SUS (Sistema Único de Saúde) em outubro, o exame PET-CT (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons), indicado para tratamentos do câncer, continua fora da tabela de procedimentos do sistema. As portarias que prevêem a incorporação da tecnologia na rede pública foram publicadas em 23 de abril, no Diário Oficial da União. O exame, uma tomografia computadorizada, ajuda a estratificar a extensão de vários tipos de câncer em pacientes da rede pública, como câncer de pulmão de células não-pequenas e linfomas de Hodgkin e não Hodgkin.

O prazo máximo de 180 dias para a implementação efetiva da inclusão da tecnologia na tabela, com os critérios de ressarcimento das unidades prestadoras, venceu em 23 de outubro. A falta desses critérios para a restituição de custos pode prejudicar pacientes, alerta a SBMN (Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear). O presidente da SBMN, Celso Darío Ramos, explicou que os custos altos do exame estão inviabilizando o procedimento em alguns hospitais. 

— Tanto as unidades públicas como as particulares não poderão fazer esse exame pelo SUS se não forem ressarcidos por isso, pois o custo é muito alto. São poucas as exceções de hospitais que atendem via estado e não governo federal. A população carente hoje não tem acesso a esse procedimento.

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Ramos ressaltou que o PET-CT é uma ferramenta essencial para identificar e avaliar a extensão de determinados cânceres, como o linfoma. Ele lembrou que essa tecnologia é oferecida há anos em países como Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Chile e Argentina.

— A ONU [Organização das Nações Unidas] recomenda esse procedimento. É um procedimento que embora seja caro pode reduzir custos, pois pode evitar uma cirurgia desnecessária. Por exemplo, câncer de pulmão, só faz sentido realizar uma operação de grande porte e onerosa se o paciente não fizer metástase. O PET-CT consegue indicar com precisão se esse tumor já se espalhou pelo corpo.

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De acordo com a SBMN, há no País um parque de equipamentos de tomografia computadorizada suficiente para atender aos pacientes da rede pública. São cerca de 100 aparelhos, com distribuição geográfica aproximadamente proporcional à densidade demográfica no país.

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O Ministério da Saúde informou que a inclusão do exame na tabela SUS está prevista até o fim do ano. O exame vai permitir ampliar a assistência oncológica aos usuários do SUS, beneficiando cerca de 20 mil pessoas por ano. Atualmente, 21 estados possuem equipamentos para realizar esse tipo exame.

Além do PET-CT, o SUS oferece outros tipos de exames para diagnóstico e avaliação do câncer. São eles: radiografia, mamografia, cintilografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada (CT), ressonância magnética (MRI) e endoscopia.

Nos últimos três anos, o ministério ampliou em 47,3% o investimento na assistência oncológica, passando de R$ 1,9 bilhão em 2010 para R$ 2,8 bilhões em 2013. Esses recursos são destinados à realização de exames, cirurgias, radioterapia e quimioterapia. Atualmente, 280 hospitais realizam diagnóstico e tratamento de câncer em todo o Brasil.

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