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Fórum mundial de parteiras reivindica direito da mulher a escolha no parto

Cerca de 3.700 profissionais da saúde de 126 países discutiram o tema em congresso

Saúde|

Em congresso, mulheres discutem escolha do tipo de parto
Em congresso, mulheres discutem escolha do tipo de parto Em congresso, mulheres discutem escolha do tipo de parto (Martin Valigursky/Getty Images/iStockphoto)

O direito das mulheres a escolher o momento e a forma de parto foi uma das reivindicações do Congresso Trienal da Confederação Internacional de Parteiras, que terminou nesta quinta-feira (5) em Praga, no qual também se criticou a excessiva intervenção à que os nascimentos estão sujeitos.

O tema foi abordado em dois dos quatro blocos temáticos do congresso, que se desenvolveu durante seis dias. Participaram mais de 3.700 profissionais da saúde, em sua maioria mulheres, vindas de 126 países.

Segundo Mildred John, professora de saúde maternal e infantil na Universidade de Calabarda, na Nigéria, "a parteira deve respeitar o direito humano da mulher, pois ela tem o direito de tomar suas decisões sobre o parto e sobre o bebê após o nascimento".

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Mildred disse que no congresso aprendeu a olhar o tema dos direitos humanos nesse sentido, já que a princípio pensava que as parteiras eram especialistas e sabem o que dizer, mas agora reconhece que as mães também devem poder decidir.

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Marisol Vega, membro do Programa de Enfermeiras-parteiras da Universidade de Porto Rico, afirmou que o propósito é que a mulher retome seu corpo, o domínio e o controle do parto, e que seja respeita onde e com quem quiser.

Ela chamou a atenção para o índice de nascimentos por cesárea em seu país, que representa 48% do total. Isto causa impacto no número de nascimentos prematuros, que na ilha caribenha se estimam em 17%.

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Se a primeira causa de mortalidade neonatal em Porto Rico são as anomalias congênitas, a segunda é devido aos nascimentos prematuros, o que a especialista atribuiu a "uma deformação do sistema médico", que induz o parto.

O número de cesáreas no Brasil é ainda maior, metade dos nascimentos são feitos com esse método. Já o Uruguai está abaixo de 20%, segundo dados do congresso. Os nascimentos prematuros elevam a mortalidade neonatal, e segundo Marisol, muitas mulheres decidem não ter mais filhos após serem submetidas a uma cesárea.

Com uma população de quatro milhões de habitantes, a cada ano deixam de nascer em Porto Rico de 2.000 a 3.000 crianças pela rejeição à cesárea, segundo sustentou ela. Na reunião de Praga, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) reivindicou o papel-chave das parteiras na redução da mortandade durante o parto, após indicar que em 2013 morreram durante eles 289 mil mulheres e 2,9 milhões de bebês.

Esses resultados estão incluídos em um estudo apresentado durante o congresso no qual foi lembrado o direito da mulher à saúde em um momento não isento de riscos como é o parto. De acordo com a UNFPA, se os serviços de parteiras melhorassem seria possível reduzir em dois terços a mortandade de mães e bebês e, por isso, defende regulação da profissão.

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