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A alemã Janka Penther já não aguentava mais sofrer as complicações de uma fibrose cística quando começou a planejar suicídio assistido. A doença, genética e sem cura, leva ao acúmulo de germes e bactérias nas vias respiratórias. Em entrevista exclusiva ao R7, Janka conta que era surfista amadora e trabalhava no ramo de turismo, mas a enfermidade já a tinha condenado a ficar de cama. Ela mal podia caminhar e só conseguia respirar por meio de uma bomba de oxigênio
Reprodução/Facebook
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A alemã, que mora no Reino Unido, relata que nasceu em Berlim e foi diagnosticada com fibrose cística quando ainda era bebê. Os médicos diziam a seus pais que a criança provavelmente não chegaria aos dois anos de idade. Ela ressalta que sempre procurou viver sempre da forma mais ativa possível, jogando basquete quando criança e surfando na adolescência
Reprodução/Facebook
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Janka procurou ao máximo sobreviver com os próprios pulmões. Após contrair pneumonia e gripe suína quando jovem, porém, sua condição pulmonar se deteriorou bastante, tornando-a incapaz de andar e respirar sozinha. Aos 29 anos, em março de 2012, ela tentou entrar na lista de espera para transplantes da NHS (National Health Service, equivalente ao SUS britânico).
— Mas eles consideraram que meu estado de saúde ainda não exigia uma operação.Reprodução/Facebook
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Janka chegou a comunicar à família que viajaria para uma clínica da Suíça para acabar com a própria vida, mas relata que ouviu uma voz dentro de si mesma dizendo "talvez amanhã seja melhor". Decidiu aguentar mais um pouco e, em setembro do mesmo ano, foi avaliada novamente pelo sistema de saúde. A resposta, desta vez, foi positiva para o transplante.
— Eu passei seis meses após a aprovação tomando remédios e ganhando peso para que pudesse fazer a cirurgia. Quando já estava preparada, levei três semanas para encontrar um doador compatível. Foi muita sorte. A média de espera aqui no Reino Unido é de dezoito meses.Reprodução/Facebook
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Janka recebeu o órgão de uma jovem que morrera aos 23 anos. Em apenas 24 horas após a operação, a alemã já havia saído da unidade de terapia intensiva do hospital e respirava por conta própria. Menos de um ano depois, voltou a surfar e fez sua primeira maratona de 5 km. Atualmente, ela ainda sofre com a fibrose cística: "Continuo com a doença e tomo remédios e vitaminas para reforçar meu sistema imunológico, mas minha qualidade de vida é muito melhor", garante
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Desde que se submeteu ao procedimento, a alemã já até participou da maratona "Rat Race Dirty Weekend" — em que os atletas devem passar por 200 obstáculos, incluindo trechos de natação, barras suspensas e paredes de escalada. Ela terminou o circuito em oito horas e confessa que o dia foi um dos melhores de sua vida.
— Houve momentos em que pensei em desistir, mas foi incrível cruzar a linha de chegada.Reprodução/Facebook
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Hoje, Janka treina para participar da Olímpiada dos Transplantados em Málaga, na Espanha, que ocorre na próxima semana. Ela deve ser a primeira paciente a ter passado por transplante de pulmões a competir nos 50 m de nado livre
— Quero trazer para casa uma medalha. Vou dar o meu melhor. É importante que as pessoas saibam como os transplantes podem ser bem sucedidos.Reprodução/Facebook
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Fora os cinco dias de treino por semana — que envolvem levantamento de peso, natação e corrida —, a alemã ainda trabalha em um hotel e é uma das gerentes do Harefield Transplant Club, grupo de apoio a pacientes que vão passar ou já passaram por transplantes e suas famílias.
— Quero mostrar a outros pacientes que eles podem superar as próprias dificuldades. Para alguém que esteja passando por maus momentos, eu digo: agarre a vida e se arrisque.Reprodução/Facebook