-
Na tentativa de perder peso e ganhar saúde, é comum as pessoas aderirem a alimentos da moda e se iludirem com embalagens e propagandas. A tapioca, por exemplo, que é um prato típico brasileiro, tornou-se ainda mais popular com a fama de ser uma receita fitness. No entanto, ela pode não ser tão benéfica para ajudar a manter a forma, aponta o nutricionista Daniel Novais.
— O índice glicêmico [velocidade de absorção da glicose] é semelhante ao do pão francês comum, é puro carboidrato refinado e não tem fibras. O importante é não exagerar e estar consciente do que você está comendo.
Por isso, é aconselhável buscar a orientação de um profissional e prestar atenção nos rótulos. A seguir, saiba mais sobre alguns alimentos que podem estar sabotando a sua dieta:Montagem/ R7
-
Tapioca
A principal diferença da tapioca em relação ao pão francês é que ela não contém glúten, o que é relevante para pessoas celíacas, mas não para a população em geral. O alimento é um carboidrato de elevado índice glicêmico (IG), ou seja, é rapidamente absorvido pelo organismo, ao invés de liberar energia de forma mais prolongada e garantir mais saciedade. Quem está pensando no pão integral como alternativa também deve ter cuidado, pois ele é calórico e deve ser consumido com moderação.
Algumas pessoas adicionam chia na massa para diminuir a absorção, mas a estratégia não é tão eficiente, explica Novais.
— Se for uma tapioca bem pequena, a chia realmente tem capacidade de retardar a absorção. Se for uma tapioca média ou grande, a semente não vai conseguir ter um efeito significativoGetty Images
-
Peito de peru
O peito de peru é uma boa fonte de proteínas, porém, o problema é a versão embutida, que nem é totalmente carne. A receita costuma incluir fécula de mandioca e proteína de soja, além de aromatizantes e outros componentes artificiais, explica o nutricionista.
— Uma boa alternativa é fazer em casa peito de peru ou de frango desfiadosPinterest
-
Granola
A granola é uma boa fonte de fibras, mas também pede bastante cautela em relação à quantidade. A composição costumar levar ingredientes gordurosos e calóricos, como mel, açúcar, frutas desidratadas, cereais, castanhas e maltodextrina (um tipo de carboidrato), além de corantes e aromatizantes. As versões light e com açúcares menos industrializados, como o demerara, são mais recomendadas, aconselha o especialistaReprodução
-
Frutas e sucos
As frutas são ricas em vitaminas, mas também em frutose, um tipo de açúcar, explica o nutricionista.
— O melhor horário para comer frutas é quando você vai usar a energia fornecida por elas, como antes da prática de atividades físicas.
No caso dos sucos, é preciso ter ainda mais cuidado. E não vale trocar por água de coco, ela também é rica em frutose.
— Os sucos perdem a maior parte das fibras presentes nas frutas, que ajudam a retardar a velocidade de absorção do açúcar e garantem mais saciedade. Além disso, um suco leva o sumo de várias frutas, tendo um teor calórico alto e de rápida absorção. É melhor comer a fruta do que beber o suco.
As frutas secas também enganam muito, afirma Novais.
— Por perderem água, elas têm pouco volume. Alguns punhados de uvas passas equivalem a vários cachos de uva. Dificilmente uma pessoa vai comer várias bananas de uma vez, mas pode acabar fazendo isso se for com banana desidratadaReprodução
-
Oleaginosas
A mesma regra dos alimentos integrais vale para castanhas, nozes, amêndoas e outras oleaginosas, explica Novais.
— Um punhado por dia é o suficiente para ter os benefícios. Mais do que isso pode acabar ultrapassando as necessidades diárias de gorduraBBC/Thinkstock
-
Biscoitos integrais
Essa dica vai para todos os produtos ditos integrais.
— É melhor escolher os que têm a farinha de trigo integral como primeiro ingrediente, que é sempre o que está em maior quantidade. Em muitos casos, é a farinha de trigo comum, enriquecida com ferro e ácido fólico, que vem em primeiro lugar.
Um dos principais erros na hora de consumir esses biscoitos, ricos em carboidratos, é perder a conta de quantas unidades foram ingeridas, afirma o nutricionista.
— A pessoa pega um pacote e come metade ou mais sem nem perceber. Para evitar que isso aconteça, é melhor separar uma porçãoThinkstock
-
Barrinhas de cereal
As barrinhas têm ingredientes como xarope de glicose, açúcar e corantes, além de pouca fibra (geralmente cerca de 1g), afirma o nutricionista. Ele recomenda optar pelas barras com mais ingredientes naturais e menos açúcar.
— Por serem práticas, elas são válidas na hora de um aperto, mas não devem ser regra na alimentaçãoPinterest
-
Adoçante
Um estudo publicado em julho de 2016 revelou que o consumo de sucralose aumenta o apetite. Isso ocorre porque o cérebro associa o sabor doce ao consumo de calorias. Na ausência dela, o corpo i identifica um desequilíbrio e o indivíduo, que não obteve o valor energético correspondente àquele sabor, acaba recebendo sinais de que deve aumentar a ingestão de calorias, alerta o nutricionista.
— O adoçante estimula a liberação de insulina, pode gerar processos inflamatórios e aumentar a compulsão alimentar. Os pesquisadores também detectaram que a sucralose aumenta a percepção do gosto do açúcar, tornando-o mais atraente. Eles afirmam que tais efeitos são válidos para todos os tipos de adoçante.
O artigo foi desenvolvido por especialistas da Universidade de Sidney e do Garvan Institute of Medical Research, ambos na Austrália, e publicado no jornal científico Cell MetabolismReprodução/Getty Images
-
Açaí
O fruto fica ainda calórico com os acompanhamentos, como leite condensado, granola, leite em pó e paçoca. Com tantos acréscimos, uma tigela de 500 ml chega a ter entre 500 e 1000 kcal, ressalta Novais.
— Não é porque é o açaí é natural que ele não tem problemas. Principalmente porque costumam misturar com xarope de guaraná, para deixar mais doceReprodução