Uma tribo isolada da Papua-Nova Guiné, ilha localizada na Oceania,
tinha um costume muito peculiar. Seus funerais consistiam em uma cerimônia de canibalismo em que os homens consumiam a carne de seus parentes mortos, enquanto as mulheres e crianças comiam seus cérebros
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Durante anos, o costume da tribo Fore foi respeitado, mas uma epidemia da doença degenerativa Kuru, que se espalhou rapidamente pelas aldeias que praticavam o canibalismo, fez com que o governo proibisse a prática na década de 50. As informações são do jornal Washington Post
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No entanto, os anos de uma dieta composta por cérebros e carne humana deixaram uma marca curiosa no povo Fore: alguns membros da tribo desenvolveram uma resistência genética à molécula causadora de várias doenças cerebrais fatais
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Inclusive o próprio Kuru, a doença da vaca louca e alguns casos de demência
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O gene protetor foi identificado em um estudo publicado nesta
quarta-feira (10) na revista norte-americana Nature
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Trata-se de um agente natural que previne o corpo dos Fores
contra príons, uma substância produzida naturalmente mas que tem potencial de
causar doenças graves se sofrer deformações dentro do corpo humano
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De acordo com os pesquisadores, a descoberta é um enorme
passo para a compreensão dessas e de outras doenças cerebrais degenerativas,
inclusive o mal de Alzheimer e de Parkinson
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Segundo a Organização Mundial da Saúde, existem, atualmente, 47,5 milhões de pessoas com demência no mundo. Outras 7,7 milhões são
diagnosticadas com o distúrbio todos os anos