Fujifilm aumenta produção de remédio experimental contra ebola

Tóquio, 21 out (EFE).- A companhia japonesa Fujifilm anunciou nesta terça-feira que aumentará a produção de seu antigripal Avigan, o tratamento experimental que tem sido usado em pacientes com ebola e dado resultados positivos. A empresa conta atualmente com estoque suficiente para tratar 20 mil pessoas e com os componentes necessários para fabricar outras 300 mil doses, mas pretende ampliar estas quantidades a partir de novembro diante da expansão do vírus prevista pela Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou a Fujifilm em um comunicado. O antigripal comercializado como Avigan, e elaborado pelos laboratórios do grupo Fujifilm, é um dos poucos usados atualmente de forma experimental no tratamento do ebola, já que sua efetividade ainda não foi clinicamente comprovada, nem seu uso autorizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a própria OMS deu seu sinal verde para a administração de medicamentos que ainda não superaram todas as etapas do processo de autorização para o tratamento de pacientes com ebola, e por enquanto o Avigan foi fornecido a quatro pessoas na Europa, segundo a Fujifilm. O primeiro deles foi na França, onde uma enfermeira contaminada na Libéria se recuperou da doença após ser tratada com Avigan e outros fármacos que ainda não em testes. Na Espanha, o medicamento foi administrado na auxiliar de enfermagem espanhola Teresa Romero - o primeiro caso de contágio de ebola fora da África. Ela permanece estável e teve uma ligeira melhora hoje. Os testes definitivos para confirmar se Teresa superou o vírus são esperados para ainda esta semana. O remédio também foi usado na Alemanha em um paciente de nacionalidade ugandense que contraiu o vírus em Serra Leoa, e para tratar outro paciente na Noruega, informou a companhia japonesa. Além disso, os governos da Guiné e da França anunciaram a intenção de fazer testes clínicos conjuntos para autorizar seu uso, o que poderia representar um significativo aumento de pedidos para a companhia, segundo a Fujifilm. A empresa japonesa está realizando seus próprios testes em macacos e outros animais para confirmar a eficácia do antigripal contra o ebola. Este surto da doença contaminou mais de 9.200 pessoas, a maioria delas no oeste da África, e 4.500 delas morreram, segundo os dados divulgados pela OMS na sexta-feira. A organização internacional prevê que entre cinco mil e 10 mil novos pessoas serão infectadas a cada semana até o início de dezembro, e que a partir daí o número de infectados começará a diminuir paulatinamente graças às ações de combate à doença que estão sendo aplicadas atualmente. EFE ahg/cd