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Genética influencia diretamente no emagrecimento, aponta pesquisa da Unifesp

Estudo realizado pela Unifesp mostra que variação genética prejudica a perda de peso

Saúde|Do R7

Pesquisadora estudou voluntários quase 100 voluntários
Pesquisadora estudou voluntários quase 100 voluntários Pesquisadora estudou voluntários quase 100 voluntários

A genética influencia diretamente no emagrecimento, de acordo com pesquisa de doutorado, da nutricionista Flávia Corgosinho, realizado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Segundo o estudo, em razão de uma variação genética encontrada no gene receptor da leptina (LEPR), alguns adolescentes obesos não conseguiram as mesmas reduções no IMC (índice de massa corporal) e nos índices lipídicos quando comparados aos que não portavam a variação. A leptina é um hormônio importante que desempenha um papel-chave na regulação do balanço energético, inibindo a fome e aumentando o gasto energético dos tecidos periféricos – entre os quais, o tecido adiposo.

Após um ano de tratamento, que incluiu a prática de exercícios físicos e o acompanhamento médico, nutricional e psicológico, a pesquisadora observou que os portadores dos genótipos CT e CC não haviam conseguido reduzir o perfil lipídico, a resistência à insulina e a produção de leptina aos mesmos níveis do grupo dominante. Também não conseguiram diminuir o IMC na mesma proporção do grupo TT.

— Percebemos que os adolescentes com essa variação genética tinham níveis significativamente maiores de neuropeptídeos orexígenos [estimuladores da fome]. O fator genético conseguiu justificar parcialmente por que alguns adolescentes com obesidade respondiam melhor à terapia e outros, não.

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Para o estudo, a médica selecionou 76 voluntários considerados obesos e classificou-os em dois grupos, de acordo com a incidência daquela variação genética. Dentre os voluntários, 39 pertenciam ao grupo dominante (classificado como TT), que não possuíam a variação genética, enquanto os 37 restantes compunham o grupo heterozigoto ou recessivo (definidos, respectivamente, como CT e CC), que eram portadores da alteração.

Ainda em relação à produção de leptina, o grupo isento de variação genética conseguiu fazê-la recuar em cerca de 30%, ao passo que o outro obteve redução praticamente insignificante.

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— E nós sabemos que esse estado de hiperleptinemia [excesso de produção de leptina] é um dos principais fatores que dificultam a perda e a manutenção do peso corporal. O excesso de leptina é um fator pró-inflamatório que vai gerar consequências para a saúde do indivíduo, aumentando o risco cardiovascular”, esclarece.

Para a pesquisadora, os resultados do estudo indicaram que é necessário buscar estratégias auxiliares para aqueles que apresentam alterações genéticas relativas à leptina, as quais interferem no processo de emagrecimento e dificultam o controle de risco cardiovascular, incluindo-se a redução de triglicérides e de insulina e o aumento de adiponectina. Ela atribui à nutrigenômica – ciência que estuda a interação entre os compostos bioativos na estrutura e na expressão dos genes – a possibilidade de tornar-se uma das opções de tratamento no futuro.

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No entanto, outras tentativas para solucionar o problema podem ser válidas, como a otimização da terapia, com atividades físicas mais frequentes ou mais intensas.

— Talvez seja necessário que esses indivíduos percam 10% ou mais do peso corporal para obter os mesmos resultados do grupo sem alteração genética.

docente do programa de pós-graduação em Nutrição da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo, concluiu que, em razão de uma variação genética encontrada no gene receptor da leptina (LEPR), alguns adolescentes obesos não conseguiram as mesmas reduções no índice de massa corporal (IMC) e nos índices lipídicos quando comparados aos que não portavam a variação. A leptina é um hormônio importante que desempenha um papel-chave na regulação do balanço energético, inibindo a fome e aumentando o gasto energético dos tecidos periféricos – entre os quais, o tecido adiposo.

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