Victor De Favari, 22 anos, jogava basquete pela equipe juvenil do São Caetano, cidade do ABC Paulista. Depois de subir para a categoria profissional do clube aos 17 anos, em 2010, ele percebeu que sua impulsão vertical, fundamento bastante utilizado em esportes de salto, como vôlei, handebol e o próprio basquete, era menor do que a da maioria dos outros atletas da equipe. Para tentar solucionar o problema, Favari usou a ferramenta mais próxima e de fácil acesso para ele naquele momento: a internet.
Apesar de ter médicos e preparadores físicos à sua disposição no clube onde treinava, ele iniciou uma exaustiva rotina de exercícios que prometiam melhorar significativamente a altura do seu salto.
Os treinamentos “eram ensinados” por meio de vídeos e apostilas disponíveis na web. Porém, o programa que deveria durar três meses, acabou bem antes. Com um mês e meio de treino, Victor começou a sentir fortes dores na canela. Após uma visita ao médico, veio a notícia: ele estava sofrendo de canelite, um inchaço nos tendões da canela.
— No começo, tudo ia bem, eu já estava até conseguindo enterrar a bola na cesta sem precisar correr. Aí, eu comecei a sentir muita dor na canela. Quando aterrissava do salto já sentia dor.
Após a recomendação médica, o atleta ficou pouco mais de duas semanas afastado das quadras para se recuperar da lesão. Depois da recuperação, ele foi forçado a diminuir, por recomendação médica, o ritmo dos exercícios de impulsão para não sobrecarregar de novo a região.
— Tive que tomar diversos anti-inflamatórios e fiz muito gelo na canela para o tendão desinchar. O médico disse que eu poderia ter tido uma fratura por estresse se tivesse continuado com o treino.
Atualmente, o jovem continua jogando basquete, porém não mais profissionalmente, e sim pela Fundação Santo André, faculdade onde se formou em administração.
Assim como Favari, o estudante de educação física Murilo Siqueira, 22 anos, sofre até hoje com dores e transtornos causados pela prática de exercícios sem acompanhamento especializado. Atleta amador de basquete, ele também procurou treinamentos para impulsão na internet. Após um ano seguindo apostilas e vídeos, ele precisou buscar ajuda médica para as fortes dores nos joelhos que estava sentido. E a notícia não foi nada boa.
— Eu comecei a sentir dor e fui no ortopedista. Ele falou que podia ter sido alguma batida e me passou só anti-inflamatório e gelo. A dor amenizou um pouco, mas depois eu voltei a jogar basquete e ela continuou. Ai, por volta de agosto do ano passado foi o ápice, procurei o médico porque a coisa estava feia. A minha tendinite havia se agravado.
Além da tendinite, a combinação de esforços e exercícios mal executados trouxe outra consequência: ele desenvolveu um quadro de condromalácia, desgaste na cartilagem dos joelhos.
Segundo o estudante, a busca por treinamentos online se deu pela falta de condições financeiras para pagar uma academia ou personal trainer, já que na época ele ainda era menor de idade e não trabalhava.
— Acabei de terminar um período de fisioterapia e a médica me disse que é um problema crônico, que vou levar para o resto da minha vida. Vou ter que fazer academia para poder fortalecer os músculos e diminuir a carga no tendão.
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