A Organização Mundial da Saúde (OMS) está se preparando para o pior dos cenários em um surto de ebola em uma área remota do Congo, incluindo a disseminação da doença em uma grande cidade, disse o vice-diretor-geral de Prontidão e Reação de Emergências da OMS, Peter Salama, nesta sexta-feira (11).
Em um informe de rotina em Genebra, Salama disse que espera que a República Democrática do Congo dê sinal verde dentro de dias para o uso de uma vacina experimental, mas alertou que o medicamento é de difícil manuseio e não faz milagres.
"Todos os preparativos estão sendo feitos. Assim que tivermos o sinal verde, iremos adiante", disse Salama. "Estamos muito preocupados e nos preparando para todos os cenários, inclusive o pior cenário".
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O risco imediato é o surto se alastrar para a capital provincial Mbandaka, que tem cerca de 1 milhão de habitantes.
"Se virmos uma cidade deste tamanho infectada com ebola, teremos um grande surto urbano, o que será um verdadeiro desafio", disse. "Quando o Ebola chega a áreas urbanas, especialmente favelas urbanas, é extremamente difícil se livrar da doença".
A OMS também colocou os nove vizinhos do Congo em alerta máximo, e a maior preocupação é com a República do Congo, que compartilha uma larga fronteira com o país nos rios Congo e Ubangi, e com a República Centro-Africana ao norte - mas o risco de uma disseminação internacional ainda é visto como baixo.
A OMS e a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras já têm especialistas no local e esperam montar um laboratório móvel neste final de semana, disse ele.
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A entidade espera que a Organização das Nações Unidas (ONU) possa criar uma ponte aérea com helicópteros para levar 20 especialistas da OMS ao local neste final de semana e depois providenciar uma pista para pequenas aeronaves para que centenas de trajes de proteção e outros equipamentos possam ser enviados por via aérea.
O Congo notificou a OMS do surto no dia 8 de maio e já surgiram cerca de 32 casos suspeitos, prováveis ou confirmados da doença fatal desde 4 de abril, incluindo 18 mortes, relatou Salama.
"Embora esta seja uma área rural remota, o que normalmente nos dá uma sensação de tranquilidade em termos da propagação de um surto, o problema aqui é que já temos três localidades separadas cobrindo até 60 quilômetros e talvez mais".
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