O médico brasileiro Hemerson Casado Gama, portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA), acusou a companhia aérea italiana Alitalia de tê-lo expulsado de um voo com destino a Roma por causa de sua doença.
Em seu perfil no Facebook, Gama contou que o governo de Alagoas o presenteara com três passagens para ele buscar tratamento fora do país. No entanto, ao tentar embarcar na aeronave, o médico, que estava acompanhado da esposa e do cuidador, foi impedido de subir a bordo porque levava um "aparelho anti-ronco".
O médico afirma que já viajou por outras companhias e nunca teve problemas com o aparelho.
— Por garantia, sempre levo minha cadeira de rodas, meus remédios, cuidador, minha esposa e um aparelho anti-ronco, que é usado costumeiramente por milhões de pessoas. Nós já viajamos por grandes companhias, que compreendem perfeitamente o uso desta máquina. Hoje fomos, de forma arbitrária, parcial e ignorante, expulsos do voo da Alitalia para Roma.
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Contatada pela ANSA, a Alitalia explicou que Gama precisava ter avisado com pelo menos 48 horas de antecedência que iria embarcar com a máquina, algo que é um procedimento padrão no setor de aviação. Segundo a empresa, o passageiro é alertado sobre isso no momento da compra dos bilhetes e todas as companhias aéreas se comportam da mesma maneira.
Além disso, a Alitalia disse "sentir muito" pelo ocorrido e se mostrou disponível a remarcar as passagens do médico para que ele e seus acompanhantes "viajem da maneira mais confortável possível". "É preciso respeitar as regras que existem, o mundo da aviação é muito particular", declarou a empresa.
Em seu texto no Facebook, o médico relata que falaram a ele que "pacientes com ELA" não voam nas aeronaves da companhia e ainda acusou seus funcionários de fascismo.
— Parecia que aqueles italianos herdaram do seu aliado, o alemão Adolf Hitler, a vontade de exterminar os especiais. Perdi minha fé e minha razão. Gritei como louco e esperneei como um animal que fora maltratado", escreveu.