O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (31) que irá intensificar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis no Brasil para conter avanço da sífilis no Brasil. Ao todo, o Governo Federal informou que vai destinar aos municípios R$ 200 milhões. O dinheiro será proveniente de emenda parlamentar. Serão priorizadas 100 cidades (veja aqui a lista completa) que concentram 60% dos casos da doença.
O plano prevê assegurar a penicilina utilizado no tratamento da doença. Para isso, o Ministério da Saúde assumiu a compra centralizada do produto. O ministério informou que investiu R$ 13,5 milhões para a aquisição de 2,5 milhões de ampolas de penicilina benzatina, para o tratamento da sífilis adquirida e em gestantes, além de 450 mil ampolas da penicilina cristalina, para tratar a doença em bebês. A quantidade garantirá o abastecimento da rede pública até 2019.
Ainda de acordo com ministério, haverá aumento de testes da doença, principalmente nas grávidas. Isso porque a identificação ainda no primeiro trimestre da gestação e o tratamento adequado impedem a transmissão da doença da mãe para o bebê.
De acordo com o ministro da saúde, Ricardo Barros, quanto mais cedo identificar a sífilis na gestante, “menos crianças nascem com sífilis congênita”.
— Identificamos o problema, tratamos a mãe, e a criança não tem a doença.
Epidemia de sífilis no Brasil
Entre 2015 e 2016, a sífilis adquirida teve um aumento de 27,9%; a sífilis em gestantes de 14,7% e a congênita de 4,7%. Em 2016, foram registrados 87.593 casos de sífilis adquirida em todo o País, com taxa de detecção de 42,5 casos por 100 mil habitantes, de acordo com dados do boletim epidemiológico de 2017,. Já em gestantes, a taxa de detecção da sífilis foi de 12,4 casos a cada 1.000 nascidos vivos, considerando o total de 37.436 casos da doença.
Com relação à sífilis congênita (em bebês), em 2016 foram notificados 20.474 casos da doença, uma taxa de incidência de 6,8 por 1.000 nascidos vivos. O novo boletim já aponta que 37% das mulheres grávidas com sífilis conseguiram realizar o diagnóstico precocemente. Em 2015, a porcentagem foi de 32,2%. Esse aumento foi possível devido à ampliação da testagem durante o pré-natal.
O que é a sífilis
A sífilis é uma infecção bacteriana geralmente transmitida pelo contato sexual que começa como uma ferida indolor e desenvolve-se em estágios. Os sintomas variam conforme cada um deles. Pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação. A doença s é tratada com penicilina e os parceiros sexuais também devem ser tratados.