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Soltar até 20 gases por dia é normal e cheiro depende do tipo de bactéria

Uma pessoa chega a expelir 1.491 ml de gases diariamente; médico explica qual a função do pum e como ele pode ajudar a diagnosticar doenças 

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Gases em excesso podem estar relacionados à dieta
Gases em excesso podem estar relacionados à dieta Gases em excesso podem estar relacionados à dieta

Peido. Do latim, peditum. Apesar de a própria expressão já causar nojo na maioria das pessoas, o ato de soltar gases faz parte de processos naturais do nosso organismo e é esperado que ocorra.

Um estudo conduzido por pesquisadores britânicos há alguns anos identificou que podemos expelir entre 476 ml e 1.491 ml de gases diariamente. Outra pesquisa, publicada na Revista Americana de Gastroenterologia, mostrou que é normal um adulto ter de 8 a 20 episódios de flatulência durante o dia.

"Muitos desses gases são eliminados no ato evacuatório", afirma o médico Ricardo Barbuti, gastroenterologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

No entanto, em algum momento da vida, alguns indivíduos podem perceber mais flatulência do que o que consideram normal. E os motivos variam, segundo o especialista.

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"Alimentos que não são digeridos são fermentados por bactérias no intestino e se tornam gases. A quantidade de gás vai depender de quanto alimento não digerido você consome. Por exemplo, uma dieta rica em fibras vai produzir mais gás."

O gastroenterologista explica que são três principais fontes de gases:

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• Ar deglutido - comum em pessoas que comem muito rápido, que falam durante as refeições ou até mesmo bebidas gaseificadas.

• Reações químicas no intestino - pode acontecer, por exemplo, de o ácido estomacal se misturar com o bicarbonato presente no pâncreas.

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• Bactérias intestinais - a mais comum de todas, feita por fermentação bacteriana.

Há casos de pessoas que podem ter um quadro chamado síndrome de supercrescimento bacteriano, relacionado a uma diminuição do movimento natural do intestino que causa um excesso de bactérias. Os sintomas incluem excesso de gases, desconforto abdominal, inchaço e diarreia.

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Fedor

Nem sempre os gases expelidos por uma pessoa vão incomodar ou mesmo ser percebidos pelos outros em volta. O mau cheiro e o tipo de alimento que ingerimos não têm ligação, explica o gastroenterologista.

"O cheiro dos gases têm a ver com o tipo de bactérias que você tem e com o tipo de gás que é produzido por elas. Uma microbiota que produz mais metano, não vai ter cheiro. Já se for mais gás sulfídrico, de enxofre, são muito malcheirosos."

O tipo de gás produzido também pode dar informações de como o intestino de uma pessoa está funcionando. Produzir mais metano é um indicativo de constipação. Por outro lado, pessoas que soltam gás sulfídrico estão mais sujeitas a ter diarreia.

Desconforto

Além da inconveniência, os gases têm um potencial de causar desconforto. Indivíduos com distensão abdominal "têm mais tendência de retenção de gases no intestino", afirma Barbuti. O resultado são dores e pressão na barriga.

Nessas horas é comum recorrer aos medicamentos anti-gases, como a simeticona. O médico diz que esse tipo de medicamento "diminui a tensão superficial das bolhas de gás". "É como se fosse um detergente de gases", exemplifica.

Apesar de não fazer mal, o remédio não vai tratar o problema dos gases. Para ter uma melhora efetiva, é preciso procurar um gastroenterologista para identificar qual é a causa da flatulência.

"São analisadas desde a alimentação e intolerâncias alimentares até doenças de base que podem aumentar os gases. Uma mudança na dieta, medicamentos, exercícios físicos... tudo isso modifica a microbiota", conclui Barbuti.

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