Um projeto lançado pelo governo federal está sendo adotado pelo governo fluminense e deverá funcionar no segundo semestre deste ano, nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) 24 horas. O projeto prevê o treinamento das equipes das UPAs, por meio de um protocolo de atendimento ao paciente que chega a essas unidades com dor torácica. Em seguida, será implantado um sistema de telemedicina, que permitirá que um especialista dê o diagnóstico correto, a partir do eletrocardiograma que será enviado pelos médicos da UPA.
Inicialmente, o trabalho será feito na cidade do Rio, depois, a meta é estendê-lo para todo o estado. O projeto resulta de convênio firmado entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e será apresentado no 31º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado, que começa nesta quarta-feira (9).
Segundo o presidente do congresso, Denílson Albuquerque, "é uma linha de cuidado nova do governo federal ao paciente com infarto agudo do miocárdio, que as secretarias de Saúde dos estados estão absorvendo e trabalhando”.
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No Rio de Janeiro, a proposta é otimizar o atendimento do paciente que chega à UPA com dor no peito. Albuquerque explicou que muitas UPAs não têm cardiologistas.
— São médicos que trabalham com emergência e não têm a visão de um especialista.
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Segundo ele, por isso precisam de treinamento. Para o presidente, a linha de cuidado determina que o eletrocardiograma seja feito entre dez e 20 minutos após o paciente chegar à unidade com dor no peito.
— Porque na hora em que você tem um infarto agudo, quanto mais rápido puder atuar, melhor salvará o músculo cardíaco.
A partir do pessoal já treinado, será feita a inclusão do sistema de telemedicina nas UPAs, que dará a orientação em relação ao eletro.
— É feito o eletro, ele é encaminhado por meio do sistema de telemedicina a uma central, no Hospital Pedro Ernesto, da Uerj, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Vai ter um especialista que irá receber o eletro.
A partir da identificação de que o eletro se refere a um paciente com infarto agudo do miocárdio, é dada a sinalização para que o tratamento seja iniciado.
— Na UPA, vai ter o trombolítico, que é a medicação que dissolve o coágulo do paciente que está com o vaso entupido. A partir do momento em que o diagnóstico for feito, o médico recebe a informação e inicia o tratamento, aquele protocolo para o qual ele já foi treinado e recebeu todas as informações.
No momento, Albuquerque informou que o protocolo está sendo concluído e as aulas para as equipes das UPAs estão sendo preparadas. A perspectiva é que o processo esteja implementado no segundo semestre. O tema será debatido em mesa-redonda no Congresso de Cardiologia da Socerj. Protocolo semelhante foi adotado na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que enviará um especialista para participar do debate.