Katie aos 17 e aos 22 anos, um ano após o transplante de rosto
Reprodução CNNAos 21 anos, Katie Stubblefield se tornou a pessoa mais jovem dos Estados Unidos a receber um transplante de rosto.
O transplante foi realizado no ano passado para restaurar a estrutura e as funções do rosto como mastigação, respiração e deglutição, que haviam sido perdidas em uma lesão grave provocada por um tiro em uma tentativa frustada de suicídio.
Segundo divulgado pela CNN nesta quarta-feira (15), Katie está expondo sua experiência para promover a conscientização sobre o valor da vida e os danos que uma tentativa de suicídio pode causar.
As motivações para o suicídio teriam sido problemas de saúde — como cirurgia gastrointestinal — e a traição de um namorado.
O transplante foi realizado na clínica Cleveland, em Ohio, nos Estados Unidos, três anos após o incidente. O pai da jovem disse à CNN que o médico afirmou, na época, que, a única alternativa que devolveria vida à filha seria um transplante de rosto. “É a pior ferida que já vi”, teria dito o médico.
O transplante facial é um procedimento que envolve a substituição de todo rosto ou de parte dele por meio do uso de tecido doado, que inclui pele, ossos, nervos e vasos sanguíneos de uma pessoa que já morreu. No caso de Katie, a doadora foi uma mulher de 31 anos que havia morrido de overdose, segundo a CNN.
O procedimento de Katie incluiu transplante do couro cabeludo, testa, pálpebras, órbitas oculares, nariz, bochechas, maxilar superior, metade da mandíbula inferior, dentes superiores, dentes inferiores, nervos faciais parciais, músculos e pele.
Para a realização do procedimento, os cirurgiões utilizaram impressão 3D para reconstruir cerca de 90% de sua mandíbula, segundo entrevista à CNN do cirurgião plástico Brian Gastman, que liderou a equipe que fez a operação em Katie.
Também foi usada tomografia computadorizada da mandíbula da irmã mais velha da jovem como modelo para a sua. Esse modelo foi reproduzido em impressão 3D para a reconstrução dessa parte do rosto.
A operação durou 31 horas, contou com 11 cirurgiões e auxílio de realidade virtual. Após o procedimento bem-sucedido, ainda foram precisos meses de reabilitação.
A jovem ilustra a capa da edição de setembro da revista National Geographic e também é tema de um documentário do canal.