Em 2019, cientistas revelaram a primeira foto de um buraco negro massivo, o que foi uma revolução, mas era um tanto quanto borrada, o que decepcionou muita gente. E, nesta quinta (13), acaba de ser divulgada pela brasileira Lia Medeiros uma nova foto do fenômeno, só que com resolução muito maior, o que permite notar mais detalhes.
O buraco negro — dificílimo de ser observado — visto nesta foto é o mesmo que foi encontrado na galáxia M87 quatro anos atrás. A diferença agora é que Medeiros usou uma nova máquina de aprendizado desenvolvida por ela e seus colegas, chamada de Primo (principal-component interferometric modeling), que, por meio de algoritmos de reconstrução, fez o preenchimento das lacunas da imagem anterior. É verdade que continua meio fora de foco e até um pouco borrada ainda, mas é sem dúvida bem mais nítida do que a que foi levada a público no passado.
A brasileira faz parte do EHT (Event Horizon Telescope), que é uma rede de sete telescópios ao redor do mundo que faz observações espaciais.
A foto melhorada é muito importante para os cientistas que estudam esse fenômeno. A partir da imagem é possível chegar a conclusões mais precisas do que acontece num buraco negro. Lia Medeiros deu uma declaração sobre a foto inédita: "Como não podemos estudar um buraco negro de perto, o detalhe de uma imagem tem papel crítico na nossa habilidade de entender seu comportamento".
O buraco negro desta foto fica a 55 milhões de anos-luz da Terra. Sua massa estimada é de cerca de 6 bilhões de vezes a do Sol.
Nasa vê pela primeira vez buraco negro com rastro de estrelas cruzando o espaço
Um buraco negro é uma região no espaço onde a força de atração da gravidade é tão forte que suga tudo a sua volta; nem a luz é capaz de escapar, segundo a Nasa. A forte gravidade seria resultado da compressão de matéria em um espaço minúsculo.
O telescópio espacial Hubble registrou a galáxia espiral UGC 2890, que está rodeada de estrelas brilhantes. A galáxia, localizada a 30 milhões de anos-luz da Terra na constelação de Camelopardalis, teve uma explosão de supernova detectada em 2009. Por isso, o telescópio realizou uma "paradinha" para observar a região e as consequências do evento, mesmo com o desaparecimento da supernova