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Cientistas criam primeiro 'robô' feito a partir de células vivas

Pesquisadores da Universidade de Vermont criaram células programadas para cumprir tarefas propostas por seus desenvolvedores 

Tecnologia e Ciência|Guilherme Carrara, do R7*

"Xenobots" têm alta regeneração e são biodegradáveis
"Xenobots" têm alta regeneração e são biodegradáveis "Xenobots" têm alta regeneração e são biodegradáveis

Um grupo de pesquisadores da universidade de Vermont, nos EUA, usou células vivas retiradas de um sapo africano e as programou para funcionar como um robô biológico. Esta é a primeira vez que o ser humano consegue esse feito e pode romper grandes barreira científica. O resultado da pesquisa foi publicado no Proceeding of the National Academy of Sciences na segunda-feira (13).

Os robôs milimétricos, chamados de xenobots, são formas de vida totalmente remodeladas para cumprir propósitos que não são os seus originais. Para o pesquisador Joshua Bongard, co-líder da pesquisa, a descoberta “não é um robô tradicional e nem uma espécie de animal. É uma nova classe de artefato: um robô vivo e programável."

Segundo Michael Levin, co-líder da pesquisa, “é possível imaginar muitas aplicações possíveis para a tecnologia, como pesquisar compostos que o ser humano não pode chegar perto, como radiação, ou recolher microplásticos no oceano.” 

A tecnologia pode ser usada em versões mais complexas, com "xenobots" capazes de carregar, por exemplo, remédios e objetos pelo corpo humano para uma ação médicas mais eficaz.

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Para Bongard, co-líder da pesquisa, os “xenobots” são totalmente biodegradáveis, e, quando terminam seus trabalhos, em sete dias são como células mortas da pele”. Mas isso também é negativo.

A vida útil de uma ferramenta criada a partir desta tecnologia não é tão durável quanto o ferro ou madeira, porém, sua capacidade de regeneração é impressionante. Em alguns testes, os robôs biológicos foram cortados quase ao meio e se regeneraram completamente.

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O conceito de mudar uma forma biológica já é aplicado na agricultura. Os chamados GMO´s, são plantas alteradas geneticamente para resistir a temperaturas adversas ou pragas comuns, por exemplo. Porém, está é a primeira vez que uma máquina biológica foi criada e desenhada por cientistas.

Como funcionam os xenobots

A partir de um supercomputador, baseado na universidade de Tufts, nos EUA, e um software com regras básicas de biologia e evolução, o sistema testou milhares de células simuladas. Durante os meses de pesquisa, as mais promissoras e “desenháveis” foram selecionadas para o teste.

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Assim, o computador passou para uma nova fase. Com o simulador de evolução, os cientistas criaram milhares de fórmulas e possibilidades para aquela vida, e, com as células reais separadas, passaram a juntar os pedaços para que elas se tornassem iguais as desenvolvidas pelo software.

Espécime criado pelo software
Espécime criado pelo software Espécime criado pelo software

Ou seja, os cientistas, juntaram várias partes de material biológico para criar uma nova vida. Nos primeiros testes, os organismos foram capazes de mover pedaços de matéria de forma coletiva e cooperativa para o centro do local em que estavam, assim como o computador sugeriu.

O processo é explicado em um vídeo (em inglês) divulgado pela própria universidade: 

Alerta de risco

Entretanto, os danos de usar esse tipo de tecnologia existe, o os pesquisadores afirmam que ainda não sabem quais podem ser. Além de que, caso o sistema fique complexo demais, pode ter ações e comportamentos não previsíveis pelos pesquisadores.

Mas Levin diz que caso a humanidade queira sobreviver ao futuro, terá que entender e estudar esse organismos a fim de criar regras para seu desenvolvimento, como as inteligências artificiais. Ainda segundo Levin, é necessário estudar o que todos têm medo e este estudo seria um passo para alcançar o compreendimento.

*Estagiário R7, sob supevisão de Pablo Marques

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