Um estudo apresentado recentemente na ECA (Escola de Comunicações e Artes), da USP (Universidade de São Paulo), revelou que a rede social Facebook, com cerca de 90 milhões de usuários hoje no Brasil, não tem critérios objetivos para triar a exposição de imagens supostamente com conteúdo sexual e de incitação à violência.
Com 74 páginas, “Facebook: Casos de Censura no Brasil” é o resultado do trabalho de conclusão de curso de Wilheim Rodrigues Macedo Lima na faculdade de Jornalismo da USP. A motivação de Lima para estudar como a rede social, que tem quase 1 bilhão de usuários no planeta, censura postagens apareceu quando um amigo dele teve uma postagem contra a homofobia retirada do Facebook.
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No estudo, Lima rastreou casos nos quais o Facebook censurou imagens de nudez artística, fossem fotografias ou pinturas, e também imagens de conteúdo antropológico. Na contramão, imagens claramente pornográficas e até mesmo de favorecimento à prostituição não foram banidas da rede social.
Um exemplo de imagem artística censurada pelo Facebook sem critério objetivo é a obra O Nascimento de Vênus, criada em 1486 pelo pintor italiano Sandro Botticelli.
Imagens de mães amamentando seus filhos também são comumente retiradas das páginas pessoais dos usuários do Facebook. Foi o que aconteceu com as norte-americanas Heather Farley e Kelli Roman.
Em 2008, Kelli Roman recebeu a seguinte resposta do Facebook ao ter sua imagem amamentando o filho removida da rede social: “O Facebook barra pessoas que publicam qualquer material obsceno, pornográfico ou de sexo explícito, um política que se traduz em remoção de imagens mostrando certas partes expostas de um corpo”.
Na conclusão de sua pesquisa, Lima afirma acreditar na existência de censura política na regulação do Facebook, principalmente quando existem “traços de questionamento ao status quo” e de “defesa das minorias presentes na sociedade contemporânea”.
Para ler "Facebook: Casos de Censura no Brasil”, basta baixar o arquivo digital do estudo aqui