Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Metas de países indicam aquecimento de ate 3,5°C no planeta

Mudança drástica de clima coloca em risco mais de 15% das espécies vivas da Terra

Tecnologia e Ciência|

Se a temperatura subir mais de 3ºC, planeta pode perder 15% de suas espécies vivas
Se a temperatura subir mais de 3ºC, planeta pode perder 15% de suas espécies vivas Se a temperatura subir mais de 3ºC, planeta pode perder 15% de suas espécies vivas

O plano era conter o aumento da temperatura do planeta em 2°C, mas as propostas de redução das emissões de gases de efeito estufa apresentadas por mais de uma centena de países até a quinta-feira (1º) colocam a Terra no rumo de algo entre 2,7°C a 3,5°C, podendo ultrapassar 4°C até 2100.

Essa é a análise que dois grupos de pesquisa da Europa e dos Estados Unidos fizeram com base nas chamadas INDCs, conjunto de compromissos que os 195 países integrantes da Convenção do Clima das Nações Unidas foram convidados a apresentar como contribuição para a conferência que acontece em Paris em dezembro.

O prazo para a entrega desses dados era quinta-feira. Até as 23 horas, 120 nações, representando cerca de 85% das emissões do planeta, apresentaram suas metas. O fato de tantos países terem tomado essa atitude é considerado positivo, porque mostra um compromisso de agir para combater o aquecimento global, mas ainda está aquém do necessário para evitar um futuro de mudanças climáticas mais severas. Dependendo do cálculo, pode-se ter uma redução mínima de emissões até 2030.

VEJA TAMBÉM: Nasa divulga existência de água em estado líquido em Marte

Publicidade

Carlos Nobre, um dos principais climatologistas do Brasil, comenta os resultados drásticos de uma mudança tão grande no clima.

— Um mundo acima de 3°C pode ter extinção de no mínimo 15% de todas as espécies vivas do planeta. Acima de 3,5°C cria enormes dificuldades para a agricultura de cereais no Brasil. Os extremos vão ocorrer com mais frequência e talvez com mais intensidade. É uma grande mudança climática

Publicidade

Justificativa

O "calcanhar de Aquiles" passa a ser China e Índia. A China só tinha dito que vai alcançar o pico de suas emissões daqui a 15 anos. Já a Índia, um dos últimos países a apresentar sua proposta, se comprometeu ontem a reduzir a intensidade de emissões por PIB em 33% a 35% até 2030, com base nos níveis de 2005.

Publicidade

Isso significa reduzir a quantidade de CO2 que é emitida por unidade de PIB gerada. Mas analisando outros dados que o país menciona no documento, como um aumento da população de 1,2 bilhão de pessoas em 2014 para 1,5 bilhão em 2015, e um aumento do PIB per capita de US$ 1.408 para US$ 4.205, as emissões podem ser muito mais altas que as atuais.

A conversão das metas em temperatura foi feita pelo programa Climate Action Tracker, composto por instituições europeias como o Instituto Potsdam para Pesquisa sobre Impactos Climáticos, e pelo Climate Interactive, com pesquisadores da Escola Sloan de Administração do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

O primeiro chegou ao valor de 2,7°C, com base na análise das metas apresentadas por 19 países, que representam 71% das emissões do planeta. Eles fizeram o cálculo antes de a Índia (que aumenta a representatividade para 84% das emissões) apresentar seus dados e trabalharam com uma estimativa de que a meta do país seria reduzir entre 35% e 45% a intensidade de carbono por PIB.

Já o Climate Interactive estima que o aumento da temperatura pode ser de 3,5°C, com uma margem de incerteza que vai de 2,1 °C a 4,6°C. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.