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Smartphone top de linha conquista 9 em cada 10. Compare os modelos

Apple, Samsung, LG, Lenovo/Motorola e Asus disputam a escolha do brasileiro

Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7*

Tecnologias cada vez mais poderosas são fundamentais para consumidores
Tecnologias cada vez mais poderosas são fundamentais para consumidores Tecnologias cada vez mais poderosas são fundamentais para consumidores

Com o lançamento do Zenfone 4 na semana passada, os brasileiros conheceram a linha completa de smartphones premium que estarão no nosso mercado até meados do ano que vem.

A Asus e seu celular são novatas em um ringue que tem Apple e Samsung como grandes lutadores, e LG e Lenovo/Motorola correndo por fora (veja o comparativo abaixo antes de comprar seu próximo celular).

Quem observa hoje as prateleiras de lojas, com dezenas de categorias de preço, pode ser perguntar como o Brasil (e o resto do mundo) passou a comprar celulares top de linha duas vezes mais caros que notebooks intermediários. Essa mudança representa uma evolução de mercado.

A linha Galaxy S, da Samsung, é o maior exemplo dessas mudanças. O Galaxy S II — os numerais do modelo do celular eram romanos naquele momento — foi anunciado por R$ 1.999 quando lançado no Brasil, em 2011. Na época, era possível encontrar o aparelho com descontos de até 10% no preço já na data de lançamento.

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O modelo S3 chegou a R$ 2.100 e desde então os valores não pararam de subir até as lojas exibirem o preço do novíssimo Galaxy S8: nada menos que R$ 3.999, embora valores muito menores possam ser encontrados em caráter promocional poucos meses depois.

As mudanças no preço demonstram a própria evolução dos smartphones como produtos, tecnológicos e mercadológicos. E demonstram um amadurecimento do mercado brasileiro, em que os consumidores estão migrando de celulares mais baratos para smartphones mais robustos.

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Dos 12,8 milhões de celulares vendidos no Brasil no segundo trimestre de 2017, 8% foram feature phones, aparelhos sem sistema operacional, que basicamente só enviam SMS e possuem agenda telefônica. Isso quer dizer que os outros 92% são os smartphones mais modernos — logo, nove em cada dez brasileiros escolhem os celulares top de linha.

Os números fornecidos pela empresa de pesquisa de mercado IDC podem parecer elevados, mas é preciso levar em conta a realidade econômica do Brasil e as diferenças de faixas de renda da população. Segundo a empresa, o brasileiro compra celulares de categorias cada vez mais elevadas.

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O processo de amadurecimento foi relativamente rápido no Brasil, afirma Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas do IDC, em entrevista ao R7.

“Em 2013, grande parte do público brasileiro comprou seu primeiro smartphone. Na época, o preço era o fator principal de decisão e todos tendiam a comprar os mais baratos. Na época, nossas pesquisas demonstraram que a demanda por aparelhos com melhores especificações aumentaria, e isso justifica o aumento de preço. Essa faixa de preço mais elevada, geralmente R$ 3 mil para cima, tem aparelhos com vida útil maior e os donos deles demoram um pouco mais para comprar o aparelho”, aponta Sakis.

Como consequência, muito do público migra para aparelhos mais caros, até acharem uma categoria onde permanecerão por muito tempo.

“Além de trocar de celular, o brasileiro está escolhendo um aparelho mais robusto. Por isso a queda tão acentuada no mercado de celulares convencionais”, explica Leonardo Munin, analista de pesquisa do mercado de celulares da IDC para América Latina, durante a divulgação da última pesquisa de mercado da empresa, no final de agosto. “Como consequência, o mercado fica consolidado nas mãos de um número menor de fabricantes e com potencial de crescimento, em valor, reduzido”.

É exatamente esse cenário que é possível ser visto no Brasil. Mais aparelhos vendidos e poucas empresas que disputam o mercado. Mesmo com essas divisões, às vezes as categorias ficam nebulosas.

A consultoria Gartner aponta ainda mais complexidades no mercado de celulares global. A Samsung, líder mundial em vendas, perdeu mercado, principalmente na China, e pelo desastre ocorrido com o Galaxy Note 7, o que deixou a empresa sem representantes em uma categoria importante. No cenário global, no primeiro trimestre de 2017, a empresa viu suas vendas de celulares caírem 3,1%.

“Apesar de a Samsung anunciar que a pré-venda do Galaxy S8 e S8 Plus aumentou 30% ano a ano, a falta de uma alternativa para o Note 7 e a competição acirrada no segmento de smartphones básicos estão fazendo com que a Samsung perca continuamente sua participação de mercado”, afirma Anshul Grupta, diretor de pesquisas da Gartner.

Parte desse problema diz respeito ao fato dos aparelhos da Apple se manterem estáveis no mercado. Apesar da empresa só lançar celulares top de linha, sua participação de mercado nesse segmento é muito alta e poucos clientes abandonam a marca.

Em maio de 2017, a Apple registrou 13,7% das vendas globais de celulares, um número expressivo para uma empresa que não possui celulares intermediários ou de entrada.

Competidores

No momento, os smartphones mais poderosos vendidos oficialmente no Brasil são o Galaxy S8, iPhone 8 (que chega em meados de novembro ou início de dezembro), Moto Z2 Force, LG G6 e Zenfone 4. São os aparelhos premium dos sonhos de todos os usuários.

O que diferencia cada um deles? Em linhas gerais, são aparelhos muito parecidos, principalmente os equipados com Android. O LG G6 possui uma das melhores telas do mundo, bordas muito pequenas, que permite que o celular tenha 5,7 polegadas sem parecer um tablet. Ele também tem proteção contra acidentes envolvendo água e quedas. Ele possui um corpo que combina vidro e alumínio que o torna resistente e, ao mesmo tempo,bonito.

Se a empresa não tivesse enfrentado problemas de confiança com seus aparelhos no passado, enfrentando até mesmo processos judiciais com problemas no G4, que inicializava sem parar, a LG talvez estivesse com mais força no páreo.

“O marketing tem sua parcela de importância na diferenciação de marcas, mas o que define a dominância no mercado da Samsung, por exemplo, é o grande portfólio que ela mantém. Não apenas de celulares, mas de geladeiras, televisões e outros produtos”, aponta Reinaldo Sakis.

Esse poder de se espalhar em diversos segmentos com produtos de diversas faixas de preço garante à Samsung o topo do pódio, o que não deve mudar em um futuro próximo, apontam todas as pesquisas globais de mercado. Isso explica como a empresa sul-coreana se mantém na liderança de diversos segmentos, principalmente telefones e TVs.

A Motorola, após a compra da Lenovo, se esforça para manter o posto de celular que foi líder de vendas: o primeiro Moto G, de 2013. Mas o mercado hoje exige celulares em tantas categorias diferentes que os próprios consumidores enfrentam dificuldades para saber qual, de fato, é o smartphone mais importante da empresa.

Moto G4 Plus faz parte dos celulares da Lenovo/Motorola
Moto G4 Plus faz parte dos celulares da Lenovo/Motorola Moto G4 Plus faz parte dos celulares da Lenovo/Motorola

Moto G, Moto X, Moto Z, todos eles com subcategorias como o Moto G5, o G5 Plus, o G5s e o G5s Plus. São tantos celulares que mesmo os jornalistas especializados às vezes se confundem. A empresa, entretanto, se esforça para se diferenciar no mercado.

Uma das iniciativas da empresa é o Moto Snaps, uma linha de acessórios que amplia as capacidades do Moto Z (e do Z2) grudando na traseira — coisas como projetores e caixas de som potentes.

O Z2, principalmente o modelo Force, tem um corpo resistente de alumínio e aço inox, o que garante durabilidade extrema no corpo do aparelho. Além disso, o sensor de impressões digitais é também um botão, que permite voltar à janela anterior, ou acionar o multijanela.

Olhando as capacidades totais da empresa, a Motorola parece ser a mais próxima de ameaçar a Samsung, principalmente no mercado brasileiro, que ainda guarda boas recordações do Moto G original, um dos lançamentos mais ousados já presenciados no País.

A Asus e seu Zenfone podem ser relativamente novatas no mercado — o primeiro Zenfone é de 2014—, mas não ficam muito atrás. Em uma faixa de preço um pouco menor, o Zenfone 4 consegue fôlego entre concorrentes de peso com uma gestão inteligente de bateria com auxílio do novíssimo processador Snapdragon 630, que ainda precisa ser provada em testes mais intensos, mas se mostra promissor.

Além disso, a câmera tem pontos fortes, como o foco rápido, as fotos wide que permitem ângulos bastante abrangentes e um sensor IMX362, que equipa as mais recentes e modernas câmeras da Sony e permite ao smartphone tirar fotos até 5 vezes mais iluminadas que concorrentes.

A Apple pode ter praticamente inventado o mercado moderno de smartphones, mas precisou se curvar perante inovações dos aparelhos Android. Uma das mudanças foi o contínuo crescimento da tela do aparelho, que se manteve em 3,5 polegadas até o iPhone 4, tamanho que o próprio Steve Jobs considerava perfeito pelo polegar alcançar toda a tela sem problemas.

Hoje o modelo 8 possui tela de 4,7 polegadas, enquanto o modelo iPhone 8 Plus se diferencia por ter uma tela de 5,5 polegadas, hoje um tamanho padrão, mesmo para celulares intermediários com Android. A Apple também busca se diferenciar das concorrentes com o novíssimo iPhone X (pronuncia-se “ten”, ou dez).

O modelo X é uma forma de se diferenciar dos Androids mais modernos. A ideia pública da Apple com o aparelho é criar um aparelho que “fosse totalmente tela”, algo “tão envolvente que fizesse o aparelho desaparecer na experiência”.

E a tela tem 5,8 polegadas, que inclusive dispensa a tecla Home abaixo do aparelho, dispensa o LCD e abraça o LED. Mas o grande diferencial do aparelho é mesmo o FaceID, uma tecnologia de reconhecimento facial similar ao do Kinect, dos videogames Xbox, da Microsoft.

O conjunto de sensores detectam até 30 mil pontos de infravermelho para ter certeza de que você é mesmo você quando desbloqueia seu telefone. Além disso, conta com o processador A11, da própria Apple. A empresa o classifica como o processador mais poderoso a equipar um smartphone e será exclusivo do X.

Diferente dos outros modelos, o iPhone X não deve nem ser classificado como um smartphone premium. A categoria dele parece estar um pouco acima, com preço inicial de (senta na cadeira!) US$ 999, ou R$ 3.125 na conversão direta. Se levarmos em conta o preço dos iPhones anteriores, é possível que o X ultrapasse os R$ 6 mil.

(CONTINUA ABAIXO DO QUADRO COMPARATIVO)

O futuro do mercado

Especialistas não sabem ainda o limite de preços dos smartphones premium, ou se o iPhone X será uma tendência, mas garantem que o futuro envolve mais tecnologias de software ao invés de uma corrida armamentista de hardware.

“O volume de vendas do nicho de celulares premium se mantém estável nos últimos anos. É possível que mais usuários subam a essa faixa, mas não deve ser algo muito grande. A tendência é o market share se manter, inclusive para as empresas. Como as tecnologias mais modernas se tornam comuns em aparelhos intermediários anos depois, muitos usuários preferem esperar. O quadro não deve se alterar nos próximos anos”, analisa Reinaldo Sakis.

Mudanças geopolíticas no mercado também não devem ocorrer em um futuro próximo e, em cinco anos, é muito provável que Apple, Samsung e Lenovo/Motorola ainda estejam no topo. O que essas fabricantes mais temem — a ida de fabricantes voltadas para o gigantesco mercado chinês para outros países — não deve mudar as regras do jogo, ao menos nas Américas.

Um dos exemplos mais claros que corroboram a estabilidade é a vinda desastrosa da Xiaomi para o mercado brasileiro. Embora seja sucesso absoluto na China — a empresa acaba de vender nada menos que 10 milhões de celulares, principalmente na China e Índia — a empresa sofreu no mercado brasileiro, e enfrentou problemas de logística e demanda até praticamente desistir do Brasil, em 2016, sem números expressivos de vendas.

Tuong Nguyen, principal analista de pesquisas da Gartner, entende o futuro como um pouco mais complexo, onde a inteligência artificial e o poder do software se tornará ainda mais importante.

“As melhorias em telefones logo mudarão de pedaços de hardware para o que o software pode fazer por você. Antes você queria uma câmera melhor, isso significava apenas uma foto mais bonita. Agora, com a inteligência artificial, você pode fazer mais coisas, como identificar flores ou marcos urbanos, como a Torre Eiffel. Se você vir a Torre Eiffel, sabe que há uma loja de café nas proximidades, o telefone te falará isso”, afirma Nguyen, em entrevista ao R7 por telefone.

O Google Assistente é considerado uma das tecnologias do futuro
O Google Assistente é considerado uma das tecnologias do futuro O Google Assistente é considerado uma das tecnologias do futuro

Segundo ele, os telefones intermediários e de entrada têm a missão importante de popularizar tecnologias — e muito dessa missão é feita por empresas chinesas.

“No Chile, os chineses entram e oferecem um smartphone que custa o mesmo que um telefone com recursos, então muitos usuários têm acesso à tecnologia”, completa Nguyen.

Em um futuro onde a tecnologia será preponderante para um consumidor decidir a compra, o analista enxerga o Google como ainda mais dominante.

“Será difícil fugir do Google. O importante será o que o telefone poderá fazer por mim, e não apenas números e hardware”, finaliza.

Se alguém espera telas maiores, câmeras com mais resolução e toneladas de RAM, saiba que os planos das empresas envolvem nomes e não apenas números. Acostume-se com realidade aumentada, realidade virtual e assistentes pessoais que entenderão usuários cada vez mais. É esse o futuro que os smartphones darão a todos.

*Colaboraram Victor Firmino e Lucas Henrique, estagiários do R7.

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