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Tecnologia de raio X permite ler pergaminho do século I queimado no Vesúvio

Tecnologia e Ciência|

Redação Central, 21 jan (EFE). - Pesquisadores italianos conseguiram decifrar graças a aparelhos de raio X um papiro do século I que foi queimado na erupção do vulcão Vesúvio que arrasou as cidades romanas de Pompéia e Herculano, conforme publicou em sua mais recente edição a revista "Nature Communications". Cientistas do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália (CNR) revelaram pela primeira vez os segredos de um dos vários papiros enrolados que em 1752 apareceram em uma antiga biblioteca devastada pela lava. Uma imagem tridimensional do interior dos rolos, obtida graças a uma técnica utilizada habitualmente em procedimentos médicos, permitiu distinguir o relevo da tinta que se conserva sobre o material queimado, que chegou a suportar temperaturas superiores a 300 graus centígrados. De acordo com os cientistas, há semelhanças entre esses textos escritos em grego e outro já conhecido do filósofo epicurista Filodemo, por isso poderia ser ele também o autor deste pergaminho. Seu conteúdo permanecia em grande parte desconhecido desde o século XVIII quando arqueólogos encontraram os pergaminhos na única biblioteca da Antiguidade que tinha sido preservada, localizada em uma vila na cidade de Herculano, cidade destruída, assim como Pompeia, quando o vulcão entrou em erupção em 1979. A extrema fragilidade dos rolos, quase totalmente queimados, tornava impossível manusear sem quebrar, por isso foi necessário esperar novas técnicas que utilizam raios X para começar a lê-los sem alterar seu estado. Uma das dificuldades que os cientistas enfrentavam era conseguir com que seus instrumentos distinguissem entre o material vegetal do papel e a tinta de carvão utilizada para escrever nele. Graças a uma técnica de tomografia computadorizada de raios X (XCT) que permite medir a velocidade à qual a radiação se propaga no interior de um composto determinado foi possível diferenciar ambas as substâncias. Até este momento, apenas pequenos pedaços tinham sido decifrados com a ajuda de câmera de infravermelho. Os trabalhos foram suspensos por conta do dano irreparável que os rolos sofriam. Desde que foram encontrados, há mais de dois séculos e meio, vários cientistas tentaram achar um modo de desenrolar os documentos queimados sem destrui-lo. O pesquisador Vito Mocella, responsável pelo estudo, explicou à "BBC" que o fato de a tinta não ter penetrado nas fibras do papiro, mas ter ficado na superfície, permitiu aos cientistas distinguir as letras através de seus instrumentos "como se estivessem em alto-relevo". Segundo Mocella, a ideia de decifrar os rolos com estes equipamentos veio durante uma visita ao Laboratório Europeu de Radiação Sincrotron, em Grenoble, na França, que participou do estudo. EFE gx/cdr (foto)

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