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O terceiro trecho da ciclovia do centro histórico da cidade de São Paulo foi inaugurado nesta sexta-feira (18) com a presença o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. Ao todo, a via conta agora com 6 km de extensão.
O R7 foi até o local verificar como está o funcionamento do segundo trecho — que vai da Sala São Paulo até a Praça da República e o terminal Amaral Gurgel — inaugurado há cerca de 20 dias. Comerciantes e moradores da região afirmam que o movimento de ciclistas é baixo durante a semana, mas os usuários elogiam a via
Reportagem: Gilmar Júnior, do R7Daia Oliver/R7
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Segundo Maria do Livramento, que trabalha na sinalização do trecho da avenida Duque de Caxias, desde o início da implementação, quem mais utiliza o espaço exclusivo das bikes são trabalhadores da região que transportam mercadorias para locais de curta distância
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Segundo o taxista Edson Marcelino, que trabalha em um ponto na avenida Doutor Vieira de Carvalho, a via ainda é subutilizada.
— A ideia é boa, mas não vejo ninguém andar nessa ciclovia. Os entregadores quando vêm trabalhar para cá utilizam a calçada, e o pior, eles vêm na contramão. A gente não mata porque Deus ajudaDaia Oliver/R7
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O dono de uma lanchonete na alameda Cleveland, João Bittencourt, tem a mesma percepção.
— No geral, acho que a ciclovia não vale a pena, até pela quantidade de bicicletas que passa aqui, que é baixaDaia Oliver/R7
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O motociclista Joel Junior afirma que o fluxo de ciclistas na região aumentou aos finais de semana, mas durante a semana, ele não vê muitas pessoas por lá.
— A ciclovia funciona durante a semana? Nem tinha notadoDaia Oliver/R7
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Já o entregador Francisco de Paula, que trabalha em uma padaria da rua Mauá, elogia a iniciativa.
— Trabalho aqui há 12 anos e sempre andei de bicicleta. Agora está mais seguro, porque saio da loja aqui na Mauá, passo pela Duque de Caxias e vou até a avenida Cásper Líbero. É rápido, os motoristas respeitam
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O motorista de ônibus Olímpio Barros conta que passa pela ciclovia em alguns dos cruzamentos próximos ao Largo do Paissandú e o que observa é um respeito mútuo entre veículos e bicicletas.
— Nunca vi acidentes entre bicicletas e ônibus nessa linha que eu trabalho (Terminal Cachoeirinha — Largo do Paissandú). Apesar do trânsito ser caótico, eu andaria de bicicleta por aquiDaia Oliver/R7
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O ciclista André Padro conta que usa a faixa quase todos os dias e a considera segura e bem sinalizada. Ele destaca como ponto negativo a falta de qualidade do asfalto.
— O asfalto ainda está irregular, até porque não foi algo construído, mas sim aproveitado de uma via que já existia.
Para ele, o trecho deveria ser estendido.
— Uso todos os dias a ciclovia praticamente. No fim de semana utilizo para o lazer. Acho que deveria ser mais ampliado. Eu trabalho na zona leste, ou seja, tenho que andar pela Radial Leste entre os carrosDaia Oliver/R7
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A ciclista Camila Jankovski, que utiliza a bike para chegar ao trabalho, diz que a inauguração do trecho foi bastante útil para ela.
— Quando se está no trânsito, o ciclista pensa como ciclista, o pedestre pensa como pedestre e o motorista como motorista. Acho que vai de cada um. Mas no geral, essa ciclovia é maravilhosa, me dá muito mais segurança. Venho por aqui só para não precisar passar entre os carrosDaia Oliver/R7
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Por outro lado, o pedestre Dorgival Marinho, que foi visto caminhando no meio da ciclovia na região do largo do Arouche, diz que reprova a via exclusiva para as bicicletas.
— Essa ciclovia leva de nada a lugar nenhumDaia Oliver/R7
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No local, a reportagem flagrou um veículo invadindo a faixa e foi justamente uma viatura da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que estava com a sirene ligada
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Segundo a prefeitura, a cidade de São Paulo conta atualmente com 242,31 km de infraestrutura cicloviária de circulação composta por ciclovias, ciclorrotas, ciclofaixas definitivas e ciclofaixas operacionais de lazer, além de 96 estações de bicicletas públicas, que disponibilizam quase 1.000 bikes para a população. Segundo dados da prefeitura, a cidade de São Paulo dispõe, atualmente, de 60,21 km de ciclovias, 128 km de ciclofaixas operacionais de lazer e mais de 58 km de ciclorrotas (veja nas imagens a seguir a definição de cada uma delas)
Daia Oliver/R7
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A ciclovia é um espaço destinado exclusivamente para ciclistas, onde há separação física entre as bicicletas e outros veículos
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Diferentemente da ciclovia, na ciclofaixa as bikes não têm uma separação física dos automóveis. Há ainda a ciclofaixa operacional de lazer, situada junto ao canteiro central ou à esquerda da via. A circulação é permitida aos domingos e feriados nacionais das 7h às 16h
J. Duran Machfee/Futura Press/13.07.2014/Estadão Conteúdo
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Já na ciclorrota, carros e bicicletas dividem a rua e a sinalização, que, quando presente, indica que o ciclista tem preferência e que o motorista deve diminuir a velocidade e redobrar a atenção. Mesmo sendo um trajeto, sem segregação, uma parte ou toda rota pode passar por ciclovias e ciclofaixas apontando assim, de um caminho traçado como melhor opção para quem se locomove de bicicleta. As ciclorrotas da Mooca, da Lapa e do Brooklin são exemplos desse modelo
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A prefeitura afirma que pretende criar 400 km de malha cicloviária até o fim de 2015. A meta inclui a instalação de estacionamentos para bicicletas e a implantação de um sistema de compartilhamento que será gerenciado pelo Bilhete Único. Segundo a prefeitura, quatro obras de ampliação de ciclovias estão em andamento
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