O baiano Paulo Rogério Nunes, empresário no setor de publicitário, foi um dos poucos representantes brasileiros no primeiro evento promovido pelo instituto que leva o nome do ex-presidente americano Barack Obama, em Chicago, no Estados Unidos.
Paulo é um dos expoentes do ativismo negro digital, e foi justamente esta causa que o levou ao encontro do primeiro líder de estado afrodescendente da história daquele país.
Nascido no subúrbio ferroviário de Salvador, com 12 anos começou um jornalzinho de bairro. Aos 14, montou um fliperama. Com 17 anos, criou o primeiro curso de informática e uma gráfica rápida para a comunidade onde morava. Já aos 20 anos, depois de estudar informática, tornou-se instalador de internet num provedor local. Aprendeu inglês nas ruas do Pelourinho, sendo "guia informal" de estrangeiros.
Mas, foi nas letras dos Racionais MCs que se encontrou. Achou uma causa: ajudar o desenvolvimento da comunidade negra.
O diálogo sobre a inclusão da população negra está começando a ser aberto
No encontro com Obama, no fim de outubro deste ano, Nunes abordou a importância da diversidade e de novas narrativas nas mídias e na internet. "O que temos atualmente ainda ainda não é suficiente", afirmou Nunes.
A Fundação Obama tem como um dos seus principais objetivos o empoderamento da juventude negra do séculos XXI. Busca estimular os jovens para que eles se sintam confiantes para atuar em suas comunidades de forma mais efetiva.
"Obama quer apoiar lideranças jovens para propiciar a participação cidadã e, sobretudo, quer ouvir o que os outros têm a dizer. Um dos objetivos é motivar as pessoas para que sejam indivíduos responsáveis pelas mudanças em suas comunidades.", resume o publicitário.
"Temos como objetivo transformar Salvador na cidade mais criativa e inovadora do Brasil."
Paulo não pretende deixar Salvador, onde nasceu, mesmo tendo participações em encontros de abrangência internacional. Aqui na Bahia, o empresário está à frente do Vale do Dendê, iniciativa que tem como foco estabelecer na capital do estado um ecossistema propício ao desenvolvimento de iniciativas inovadoras e que tenham por base a economia criativa.
Vale lembrar: Salvador e a Bahia são, respectivamente, a cidade e o estado com a maior população negra do mundo em um continente fora da África.
Como dizemos por aqui, “massa”, Paulo!
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