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Um símbolo de matriz africana está fazendo a cabeça da mulherada da capital baiana. O turbante é um acessório de moda, que envolve cultura, atitude e muita personalidade. O turbante está compondo o look de muitas soteropolitanas neste ano
* Colaborou a estagiária do R7 BA Erica LagoErica Lago/R7 BA
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De acordo com a artesã capilar, Negra Jhô, os turbantes viraram um modismo na Bahia, pela sua extravagância, mistura de estilos e liberdade para expressar a ancestralidade e os valores da cultura africana através do acessório.
— Cada turbante que você amarra é uma história, conta um pouco a respeito da ancestralidade, da nossa religião de matriz africana, além disso, na culinária é uma questão de higiene. Com o passar do tempo, os tecidos, os adereços se tornaram modismo, para a gente que trabalha com a estética isso é muito bomErica Lago/R7 BA
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Para a artesã, o ápice da utilização dos acessórios ocorreu no período do Carnaval, quando os foliões utilizaram os variados tipos de turbantes durante a folia momesca.
— Nesse carnaval mesmo, foi o carnaval dos turbantes. Pessoas de todas as idades, homens, mulheres e crianças aderiram ao turbante. A banda Afro Olodum desfilou com turbantes da Etiópia. As Muquiranas foram com turbantes das baianas. Teve também o Ile Aiyê que usou turbantes homenageando o reggaeErica Lago/R7 BA
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Para ela, existe mais de um tipo de turbante e a confecção dos acessórios nunca é igual.
— Temos o vários tipos, os mais populares são o torso e o turbante. Hoje mesmo, o que o pessoal usa mais é o torso porque é uma coisa menor que dá para usar diariamente, tem ainda uns turbantes que são aquelas evoluções do Ilê Aiyê. Todas as pessoas usam turbante, até mesmo sem saber, quando você coloca a toalha para trás está fazendo um turbante. O turbante é a nossa coroa, cada cabeça faz um estilo, um nó, um adereço, nunca um turbante vai sair igual ao outroErica Lago/R7 BA
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A estudante de jornalismo, Daiane Teixeira, de 24 anos, por exemplo, revelou que usa turbantes há seis meses. Para ela, o acessório ressurgiu com tudo e mostra respeito com a cultura de matriz africana
—Eu acho legal, o turbante faz parte de uma moda já antiga, foi resgatado e se tornou moderninho. É algo que tem a ver com nossas ancestralidades, com nossa cultura afro. Eu vejo que não só mulheres usam, mas os homens tambémErica Lago/R7 BA
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A estudante , Ana Carla, de 19 anos, aderiu ao turbantes depois do modismo. Segundo ela, como o acessório é algo diferente dá um destaque único no visual.
— É algo diferente de usar. Eu não uso diariamente porque Salvador faz muito calor, por aqui ser muito quente, abafado, incomoda um poucoErica Lago/R7 BA
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Negra Jôh, tem um salão de estética africana, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. A artesã afirmou que desde que “se conhece por gente”, realiza trabalhos com a estética afro. Além disso, artesã viaja pelo mundo, levando o turbante e outros símbolos da identidade cultural africana.
— Estou aqui no Pelourinho todos os dias, não existe dia de não trabalhar (risos). Eu fico pelo mundo, levando a nossa proposta pelos interiores, e outros EstadosErica Lago/R7 BA
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A artesã revelou um projeto com o turbante, para trabalhar com pessoas portadoras de câncer. A ação tem como objetivo elevar a autoestima dos pacientes.
— A gente tá começando um trabalho para as pessoas que têm câncer, com turbantes para usar diariamente. Queremos que as pessoas não pensem que perderam os valores por causa da doença. Nós queremos que as pessoas que usem se sintam bem, valorizadas e com sua autoestima lá em cimaErica Lago/R7 BA