Adélio foi considerado inimputável por ter problemas mentais
PMMG DivulgaçãoO autor da facada em Jair Bolsonaro, Adélio Bispo, foi interrogado na manhã desta quinta-feira (31) na Penitenciária Federal de Campo Grande, na qual está preso desde a facada ao então candidato a presidente. A informação foi confirmada ao R7 pelo advogado de Adélio, Zanone Manuel de Oliveira Júnior.
Segundo o advogado, agentes tentam novamente saber se há algum mandante do crime. "Eu acho uma bobagem, porque o processo já transitou em julgado e ficou claro que ninguém está por trás dessa facada", afirmou Zanone.
Adélio não era ouvido desde o início deste ano. É a primeira vez, portanto, que presta depoimento após ser considerado inimputável, o que ocorreu em junho.
‘Se existisse um mandante, já teria aparecido’, diz advogado de Adélio
O delegado da PF, Rodrigo Morais, é o responsável por um inquérito que investiga quem pagou os honorários de Zanone.
A assessoria de imprensa da Polícia Federal não confirmou o depoimento, mas não descartou a possibilidade, afinal "o inquérito está aberto".
Adélio Bispo foi preso em flagrante no presídio de Campo Grande no dia 6 de setembro de 2018 logo após o atentado contra Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral. Em junho, a Justiça de Minas Gerais aceitou a tese da defesa de que transtornos mentais o levaram a cometer o ato e o considerou inimputável.
O juiz da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, Bruno Souza Savino, decidiu
ainda que a internação “deverá perdurar por prazo indeterminado e enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade”. E que novos exames deveriam ser feitos em, no mínimo, três anos.
Pressão
Bolsonaro cobrou publicamente, e diversas vezes, a PF. Segundo o presidente e seus aliados, há grupos interessados na sua morte que bancaram Adélio.
O escritório de advocacia de Zanone foi alvo de busca e apreensão da PF em 21 de dezembro do ano passado. Foram recolhidos documentos e aparelhos eletrônicos.
No mês seguinte, a OAB de Minas Gerais impetrou um mandado de segurança ao TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) pedindo a suspensão da análise dos materiais e foi atendida em março, por meio de liminar do desembargador Néviton Guedes.
Para a OAB, vasculhar os dados pessoais do advogado seria uma arbitrariedade, por violar seu sigilo profissional.