Afinal, onde estão os pais de adolescentes que dopam e estupram colegas?
Sempre temos de nos perguntar, diante de atos tão violentos e canalhas, qual a responsabilidade das famílias envolvidas
Brasil|Marco Antonio Araujo, do R7

A história é chocante. Não fôssemos um país acostumado a conviver diariamente com relatos de violência desmedida, cruel e impune, diríamos se tratar de uma brutalidade inimaginável entre adolescentes. Mas sabemos que, sim, é possível que estejamos diante de uma juventude sem limites.
“Oito adolescentes com idade entre 12 e 15 anos são suspeitos de dopar e estuprar três colegas de uma escola localizada na zona leste de São Paulo. Eles filmavam o ato, compartilhavam o vídeo com amigos por meio de aplicativos de mensagens e usavam as imagens para chantagear as vítimas”, resume a reportagem do R7.
Que os fatos sejam apurados, e os delinquentes juvenis, eventualmente, punidos, dentro do rigor da lei. Enquanto isso, é o caso de perguntarmos, como sempre se impõe nesses momentos cruciantes: esses meninos não têm pais? E depois: onde estavam esses pais enquanto seus filhos cometiam as supostas atrocidades?
Os detalhes dos crimes cometidos, segundo relatos das vítimas, são degradantes. Fica difícil seguir acreditando na cura de nossa sociedade doente. São crianças, agindo como só os piores criminosos deveriam ser capazes. Covardes, perversos, indecentes. Canalhas. Impossível não imaginar nossas filhas (mesmo que hipotéticas) sujeitas a tamanha sordidez humana.
Afinal: onde estavam os pais desses pequenos monstros? E agora, diante das denúncias, o que farão para corrigir a própria negligência, o descaso e a irresponsabilidade com que largam seus filhos soltos no mundo, capazes de tanta vileza?
Sim, sabemos, nem sempre os pais de jovens criminosos são omissos. Fica aqui o registro de ser possível uma família se mostrar incapaz de controlar adolescentes vocacionados para a maldade, sem que isso seja fruto da omissão. Mas, mesmo assim, a pergunta permanece: onde estavam os pais enquanto seus filhos espalhavam a dor e a bestialidade?
