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Arrecadação com bens do tráfico bate recorde e supera R$ 100 mi 

Até agosto, vendas de ativos apreendidos superaram o valor de 2019. Recurso financia ações de prevenção e combate às drogas 

Brasil|Ana Vinhas, do R7

Aviões apreendidos em operação da Polícia Federal contra traficantes
Aviões apreendidos em operação da Polícia Federal contra traficantes Aviões apreendidos em operação da Polícia Federal contra traficantes

Os leilões de aviões, carros, caminhões, motos, joias e imóveis apreendidos com traficantes e criminosos contribuíram para o recorde de arrecadação do Funad (Fundo Nacional Antigrogas), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Mesmo como a pandemia de coronavírus, até agosto, foram arrecadados R$100 milhões, superando os R$ 91,7 milhões, de 2019.

Parte dos recursos vai financiar 17 projetos da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas), para aparelhar as polícias federal e dos Estados, além de programas de combate ao tráfico.

Leia também: Fundo Antidrogas arrecada R$ 62 mi com venda de dólares do tráfico

Do total do valor arrecadado, R$ 62 milhões são de moedas estrangeiras apreendidas em operações de combate ao tráfico e R$ 19,8 milhões de patrimônio apreendido de traficantes. A expectativa do ministério é chegar a R$ 200 milhões até o final deste ano.

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O avanço foi possível após mudança na lei que facilitou a realização de leilões nos Estados, evitando que os bens se depreciassem, além da conversão de valores apreendidos em moeda estrangeira. A nova legislação permite a venda do patrimônio apreendido a partir de 50% do seu valor avaliado e a isenção de eventuais encargos anteriores à compra.

"Com esse redesenho de processos, a gente começa a colher os primeiros resultados. Digo primeiro, porque muita coisa ainda vai acontecer, na medida que o modelo se consolida", afirma Giovanni Magliano Junior, diretor de gestão de ativos da Senad.

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Magliano explica que a parceria entre o Ministério da Justiça, os Estados e o Poder Judiciário agilizou os leilões após as apreensões, evitando que o patrimônio fique parado por muito tempo e se deteriore. Com isso, houve uma valorização dos bens vendidos. A operação tem sido requisitada para outros tipos de crimes, como de corrupção e lavagem de dinheiro. 

Diamantes e barra de ouro que foram leiloados
Diamantes e barra de ouro que foram leiloados Diamantes e barra de ouro que foram leiloados

Os casos mais recentes são o do leilão de barras de ouro e diamantes do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, em julho, que arrecadou R$ 4,6 milhões, e da fazenda Três Irmãos, que pertenceu a Carlos Miranda, operador financeiro de Cabral, avaliada em R$ 3 milhões.

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"Esses casos são emblemáticos, porque demonstram para a sociedade o fechamento de um processo, a atuação do Estado de uma forma geral. Não basta a prisão, não basta a apreensão, tem que vender os bens, recolher o recurso aos cofres públicos e torná-lo disponível à sociedade novamente. Acho que isso é emblemático por essa razão e pelos valores envolvidos", afirma Magliano.

Leilão eletrônico

Mesmo com a pandemia de coronavírus, 79 leilões forram realizados este ano. Segundo Magliano, as medidas de restrição acabaram fortalecendo a estrutura do processo, com leilões realizados exclusivamente na modalidade eletrônica. O calendário com as datas é publicado, periodicamente, no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Também foi criado um sistema virtual que permite a inclusão de dados sobre bens apreendidos pelas polícias de todo o Brasil. O Projeto Check-in auxilia os Estados e o Distrito Federal na atualização desse banco de dados, agilizando a localização e a venda de bens apreendidos do tráfico de drogas.

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