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Câmara vai bancar viagens para mulheres e maridos de parlamentares

Eduardo Cunha anunciou gastos extras de R$ 146,5 milhões só com benefícios

Brasil|Do R7, com Estadão Conteúdo e Agência Brasil

Cunha durante debate hoje no Congresso
Cunha durante debate hoje no Congresso Cunha durante debate hoje no Congresso

Apesar de 2015 ser um ano de cortes de gastos por parte do governo federal — como as novas regras para benefícios trabalhistas e previdenciários —, a Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (25) aumentar os benefícios pagos a parlamentares. A Casa vai bancar inclusive viagens para mulheres e maridos de deputados.

O pacote de medidas foi aprovado hoje pela Mesa Diretora da Câmara e anunciado por seu presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As mudanças faziam parte das promessas de campanha de Cunha para ser eleito presidente da Câmara.

Além do PMDB, a Mesa Diretora tem parlamentares dos partidos PP, PR, PRB, PSD, PSDB, PTB, DEM, PSB e PSC (veja quem são).

Os benefícios serão aumentados a partir de abril e terão um impacto de R$ 110 milhões nas contas em 2015 — em 2016, os gastos representarão R$ 146,5 milhões no ano inteiro.

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Cunha afirmou que não haverá “gastos extras”, já que a Câmara fará cortes para poder bancar o aumento dos benefícios. Até agora, no entanto, ele não deu detalhes sobre os cortes.

O que aumenta?

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O gasto com verba de gabinete, destinada ao pagamento dos funcionários dos gabinetes, foi reajustado em 18%, correspondente ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial) acumulado desde julho de 2012. O valor passa de R$ 78 mil para R$ 92 mil. Serão gastos mais R$ 97 milhões neste ano e R$ 129 milhões a partir de 2016.

O “cotão” (verba mensal para gastos como aluguel, alimentação, transporte, entre outros) foi reajustado em 8%. O maior, de Roraima, passa de R$ 41,6 mil para R$ 44,9 mil. O menor, do DF, vai de R$ 28 mil para R$ 30 mil. Só o reajuste do “cotão” custará mais R$ 12,5 milhões este ano e R$ 16,6 milhões a mais no ano que vem.

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Já o auxílio-moradia dos deputados foi reajustado em 10,5%, passando de R$ 3.800 para R$ 4.200, aumento de R$ 663,8 mil este ano e R$ 885 mil em 2016.

O presidente da Casa anunciou também que os cônjuges dos parlamentares terão direito a passagens aéreas para se deslocar do Estado de origem a Brasília e vice-versa.

Como pagar a conta?

Cunha disse que o reajuste leva em consideração apenas a inflação e não representa mais gastos para a Casa. Para equilibrar a conta, será necessário fazer uma série de cortes no mesmo valor do aumento. A promessa é cortar investimentos, custeio, compras de equipamentos e materiais permanentes e contratos, mas não há detalhes disso.

— Não vai custar um centavo. Todo acréscimo terá um corte correspondente em outras despesas que já foram quantificadas e serão cortadas. Se tivesse qualquer aumento de despesa, nós não faríamos.

Cunha negou que os ajustes sejam uma medida "corporativista". Ele também não quis encarar os itens cortados como "supérfluos".

— A tendência que você tem é que a atividade política nos toma um tempo muito forte. A gestão administrativa sempre acaba sendo atividade secundária dos presidentes.

O anúncio ocorre dois meses após o Congresso aprovar o aumento dos salários de deputados, senadores e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que passou para R$ 33,7 mil (novo teto do funcionalismo público). Antes, os parlamentares recebiam R$ 26,7 mil e os ministros do Supremo, R$ 29,4 mil. Só para bancar esse aumento salarial, o Brasil terá de desembolsar R$ 1 bilhão a mais em 2015.

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