Investigação é conduzida pelo MPF e pela PF no Paraná
Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão ConteúdoAs duas concessionárias de rodovias alvos da 55ª fase da Operação Lava Jato confirmaram em fato relevante enviado ao mercado que tiveram executivos presos nesta quinta-feira (26).
A CCR afirmou que o ex-diretor-presidente da sua subsidiária RodoNorte, José Alberto do Rêgo Moita, e o diretor operacional da empresa, Cláudio José Machado Soares, foram "detidos pelo prazo de cinco dias".
Além disso, a CCR também confirmou ter sido alvo de mandados de busca e apreensão, assim como as casas de executivos.
"A companhia informa que adotará as medidas cabíveis para apuração dos fatos", diz a CCR, ressaltando que um comitê independente investiga internamente o caso.
Em despacho, o juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, cita parte da investigação que aponta Rêgo Moita como "o principal articulador e negociador de propinas pagas pela RodoNorte"
Já a Ecorodovias confirmou as prisões temporárias de Evandro Couto Vianna e Mario Cezar Xavier da Silva, executivos da Ecovia e da Ecocataratas.
O MPF ainda sustentou que Couto Vianna, diretor-superintendente das duas empresas, era "o principal
articulador e negociador de propinas pagas pela Ecovia e Ecocataratas".
Também houve cumprimento de mandados de busca e apreensão nas sedes de duas subsidiárias no Paraná: Ecovia (São José dos Pinhais) e Ecocataratas (Cascavel).
"A companhia está cooperando e forneceu todas as informações solicitadas e reitera que permanece inteiramente à disposição das autoridades, mantendo total transparência na interlocução com seus acionistas e o mercado em geral", diz a empresa.
Assim que os advogados dos citados se manifestarem sobre as prisões, o posicionamento deles será acrescentado neste texto.
Às 12h30, as ações da Ecorodovias na bolsa caíam 2,38%. Já os papeis da CCR eram negociados com desvalorização de 4,9%.
Além das empresas, a Lava Jato teve como alvo nesta quinta-feira o primo e o irmão do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB).
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigam "fatos criminosos envolvendo a execução de contratos de concessão de rodovias federais no Estado do Paraná".
O ex-governador e a mulher dele, Fernanda Richa, foram presos temporariamente no último dia 11 em uma investigação paralela, conduzida pelo Ministério Público Estadual.
O MPF sustenta que o dinheiro obtido com as fraudes nas concessões de rodovias era repassado para um núcleo político que atuava no governo do Paraná e usado para abastecer campanhas, inclusive a de Richa.