Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Delegados alertam que mudança do Coaf compromete combate a crimes

Em nota, as direções das entidades alegam que a medida adotada pelo governo 'é mais um duro golpe no combate a crimes de corrupção'

Brasil|

Entidades alertam sobre autonomia das polícias
Entidades alertam sobre autonomia das polícias Entidades alertam sobre autonomia das polícias

Sindicatos que representam os Delegados de Polícia Federal no Estado de São Paulo (SINDPF-SP) e os Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP) estão se posicionando contra a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central.

Em nota, as direções dessas entidades alegam que a medida adotada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro "é mais um duro golpe no combate a crimes de corrupção e lavagem de dinheiro", e destacam o papel fiscalizador e de inteligência financeira do órgão na prevenção desses delitos, com autonomia para emitir alertas a outros órgãos fiscalizadores, como as Polícias Federal ou Civil, Receita Federal e os Ministérios Públicos Estadual e Federal.

Leia mais: Banco Central nomeia Ricardo Liáo para presidir novo Coaf

Para a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati, o presidente Jair Bolsonaro "vem tentando intimidar instituições como a Receita e a Polícia Federal, que deveriam estar livres de ingerências políticas, interferindo em seus comandos e quebrando todas as promessas de endurecer o combate à corrupção".

Publicidade

Na mesma linha, a presidente do SINDPF-SP e diretora regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) em São Paulo, Tania Prado, diz que "é de se estranhar que um governo eleito com a bandeira do combate à corrupção adote medidas que visam enfraquecer instituições que desempenham um papel de excelência".

Com a mudança, o Coaf, que passa a ser chamado de Unidade de Inteligência Financeira, será vinculado ao Banco Central, mas não integrará a estrutura da autarquia. E, conforme adiantou o Broadcast Político, a medida provisória abre brecha para indicações políticas.

Publicidade

"Em um momento sensível como o que vivemos hoje, com pressões e tentativas reiteradas de interferência política na atuação de órgãos fiscalizadores, essa mudança pode atrasar e atravancar investigações de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, além de abrir uma brecha para indicações políticas dentro do órgão", reitera Tania.

As entidades destacam ainda que este é "o segundo golpe que o Coaf recebeu este ano", pois no dia 17 de julho, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, determinou a suspensão de todos os processos judiciais em que dados bancários de investigados tenham sido compartilhados pelo Coaf sem autorização prévia do Judiciário.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.