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Um ano após o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa ter decretado as primeiras prisões dos réus do processo do mensalão, oito dos 20 condenados à prisão já estão em casa. Em meio a polêmicas como regalias dentro dos presídios e vaquinhas feitas pela internet para pagar multas, alguns mensaleiros foram beneficiados com a progressão de pena para o regime aberto. Veja a atual situação dos condenados e os principais desdobramentos do caso desde as primeiras prisões, que aconteceram em 15 de novembro de 2013
Arte R7
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O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi condenado a sete anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa. No entanto, ele só ficou preso por 11 meses e 20 dias. Dirceu conseguiu reduzir 142 dias de sua pena, por trabalhar e estudar durante o período em que esteve preso. Isso antecipou a possibilidade de ele ser beneficiado com a progressão de regime, mesmo sem ter cumprido um sexto da pena. Começou a cumprir regime aberto no último dia 3.
Dirceu se entregou à Polícia Federal no dia 15 de novembro de 2013, feriado da Proclamação da República, logo após Joaquim Barbosa decretar as 12 primeiras prisões do condenados da Ação Penal 470. Ele teria direito de pedir prisão domiciliar somente depois de cumprir um ano e três meses da pena — em março de 2015. Mas, com a redução de mais de quatro meses da pena, conseguiu antecipar o benefício.
Durante o tempo em que ficou preso, o ex-ministro se envolveu em algumas polêmicas. Entre elas, a proposta de emprego de R$ 20 mil para trabalhar em um hotel de Brasília. Dirceu também chegou a depor na VEP (Vara de Execuções Penais) após a veiculação da notícia de que ele teria utilizado um telefone celular dentro da prisão da Papuda. Atualmente ele trabalha na biblioteca de um escritório de advocacia em Brasília e cumpre o restante da pena em casaArte R7
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O ex-deputado do PT, José Genoino, cumpre regime aberto desde o dia 12 de agosto deste ano. Ele foi condenado, inicialmente, por formação de quadrilha e corrupção ativa, o que já lhe garantia o semiaberto. Com um novo julgamento, foi absolvido da acusação de formação de quadrilha e reduziu a pena para quatro anos e oito meses. Foi o primeiro condenado da Ação Penal 470 autorizado a cumprir a pena em casa.
Quando esteve preso, se sentiu mal e foi levado a um hospital de Brasília com suspeita de enfarte. Durante os nove meses em que esteve na cadeia, Genoino travou uma batalha com Joaquim Barbosa pelo direito de cumprir a pena em casa alegando problemas de saúde.
O ex-presidente do PT também protagonizou polêmicas após, como o gesto que fez erguendo os punhos cerrados ao sair de casa para se entregar à Polícia Federal. Genoino também foi o primeiro a realizar uma “vaquinha virtual” para pagar a multa de R$ 667,5 mil. Por meio de um site na internet, a família conseguiu arrecadar R$ 761.962,60, quase R$ 100 mil a mais do que o valor da multaArte R7
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O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares também cumpre pena em regime aberto. O benefício foi concedido no dia 22 de setembro deste ano, após ter cumprido 10 meses e quatro dias de prisão. Delúbio foi condenado no processo do mensalão a seis anos e oito meses por corrupção ativa e conseguiu a progressão de pena por ter cumprido um sexto da condenação.
Ele conseguiu descontar 117 dias da pena em função do trabalho externo na CUT (Central Única dos Trabalhadores), onde trabalha até hoje. Delúbio ocupa um cargo na assessoria da direção nacional da entidade e é responsável por elaborar estudos, diagnósticos e projetos nas áreas de educação, qualificação profissional, emprego, relações sindicais, entre outras. Pelos trabalhos, o ex-tesoureiro do PT recebe um salário de R$ 4500 de salárioArte R7
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O ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas está solto desde o dia 12 de agosto deste ano. Ele e Genoino foram os primeiros réus do mensalão a receber o benefício após ficarem presos por nove meses. Lamas foi condenado a cinco anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além de uma multa de R$ 370 mil.
Jacinto Lamas ocupa o cargo de assistente administrativo em uma empresa de engenharia, em Brasília, onde recebe R$ 1.250 de salário, mais vale-transporte e vale-refeição no valor de R$ 11 por dia. Lamas é responsável por auxiliar as atividades administrativas e financeiras da empresa, como controlar as contas a pagar, emitir notas fiscais e elaborar relatórios financeirosArte R7
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O ex-deputado pelo PP, Pedro Henry, se entregou à Polícia Federal no dia 13 de dezembro de 2013, após renunciar ao mandato de parlamentar. Duas semanas depois foi transferido para o Presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá (MT), onde ficou preso por 10 meses. Condenado a sete anos e dois meses, em regime semiaberto, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas no dia 13 de outubro foi autorizado a cumprir o restante da pena em prisão domiciliar.
Médico legista, Henry trabalha atualmente em um hospital na capital mato-grossense e recebe um salário de R$ 7.500. O ex-parlamentar não presta atendimento e ocupa a função de coordenador administrativo. Ele é monitorado por uma tornozeleira eletrônicaArte R7
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O ex-deputado do PL, atual PR, Carlos Rodrigues, foi condenado no processo do mensalão a seis anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi preso no dia 5 de dezembro de 2013 e levado para o presídio da Papuda, em Brasília, onde ficou até ser autorizado a cumprir o restante da pena em casa.
Rodrigues ficou preso por 9 meses e recentemente teve um pedido de viagem autorizado pela VEP (Vara de Execuções Penais) de BrasíliaArte R7
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O ex-deputado federal pelo PL Valdemar Costa Neto foi condenado a sete anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em dezembro de 2013, mas foi liberado na última terça-feira (11) para cumprir o restante da pena em casa.
A progressão de regime foi autorizada após o cumprimento de um sexto da pena. Valdemar cumpriu mais de 10 meses e 18 dias no regime semiaberto e teve 155 dias abatidos em razão de trabalho e estudo. Ele trabalha em um restaurante industrial em BrasíliaArte R7
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Ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por lavagem de dinheiro e peculato no processo do mensalão. Ele fugiu para a Itália em setembro do ano passado, antes do fim do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal), mas em fevereiro deste ano foi encontrado em Maranello (Itália).
Desde então, o governo brasileiro tenta na Justiça extraditar o ex-executivo. No último dia 3, a Corte de Apelação de Bolonha negou o pedido de extradição e mandou soltar Pizzolato, que aguarda em liberdade na Itália e responde por falsidade ideológica por ter falsificado documentos para entrar no PaísArte R7
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O empresário se entregou à Polícia Federal no dia 15 de novembro de 2013, assim que foram expedidas as primeiras ordens de prisão. No dia 28 de maio deste ano foi transferido da Penitenciária da Papuda, em Brasília, para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG).
É nesta unidade que ele deverá cumprir a pena de 37 anos, cinco meses e seis dias de prisão por sua participação no esquema do mensalão. Valério foi condenado por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Apontado como o operador do esquema, Valério está preso no mesmo bloco em que estão os ex-dirigentes do extinto Banco Rural Vinícius Samarane e José Roberto Salgado, também condenados em regime fechado na Ação Penal 470Arte R7
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O ex-vice-presidente do Banco Rural, José Roberto Salgado, se entregou no dia 15 de novembro de 2013. Ele foi condenado a 14 anos e cinco meses de prisão em regime fechado por evasão de divisas, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
Ele foi transferido do Complexo da Papuda para a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG) no dia 23 de dezembro do ano passado, onde permanece presoArte R7
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Ex-diretor do Banco Rural, Vinicius Samarane, está preso há 11 meses desde que se apresentou à Polícia Federal no dia 5 de dezembro. Ele foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
Samarane foi transferido do Complexo da Papuda para a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG) no dia 23 de dezembro do ano passado, onde permanece presoArte R7
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O publicitário e ex-sócio de Marcos Valério, Ramon Hollerbach, também fazia parte do primeiro grupo de condenados presos no dia 15 de novembro. Ele foi condenado por peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Está preso no Complexo da Papuda, em Brasília, onde cumpre a pena de 27 anos e quatro meses em regime fechado
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Cristiano Paz também foi um dos réus com maior pena no mensalão. Condenado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e peculato, Paz cumpre pena de 23 anos e oito meses em regime fechado no Presídio da Papuda, em Brasília. O publicitário também era sócio de Marcos Valério. Ele foi preso no dia 15 de novembro de 2013
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A ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, foi condenada a 14 anos e 5 meses de prisão por lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas. Ela se entregou à Polícia Federal em Belo Horizonte (MG) no dia 15 de novembro de 2013 e foi transferida para Presídio Feminino do Distrito Federal, conhecido como Colmeia.
No dia 9 de dezembro, Kátia foi transferida para o Complexo Penitenciário Estevão Pinto, em Belo Horizonte. Ela divide uma cela com a ex-diretora da agência de publicidade de Marcos Valério, Simone Vasconcelos. Elas foram as únicas mulheres condenadas no mensalãoArte R7
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Ex-funcionária de Marcos Valério, Simone Vasconcelos foi a primeira condenada a comparecer à Polícia Federal no dia 15 de novembro. Simone era diretora da agência de publicidade de Valério e foi condenada a 12 anos e sete meses de prisão por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e evasão de divisas.
No dia 9 de dezembro, Simone foi transferida para o Complexo Penitenciário Estevão Pinto, em Belo Horizonte. Ela divide uma cela com a ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello. Elas foram as únicas mulheres condenadas no mensalãoArte R7
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Delator do esquema do mensalão, o ex-deputado federal e presidente licenciado do PTB Roberto Jefferson cumpre a pena de sete anos e 14 dias de prisão em regime semiaberto por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No dia 27 de agosto, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu negar o pedido de prisão domiciliar de Jefferson.
A solicitação para progressão de pena foi feita por conta de seu estado de saúde. Em julho de 2012, Jefferson foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor no pâncreas. O ex-parlamentar está preso desde o final de fevereiro deste ano. Ele cumpre pena no presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro (RJ)Arte R7
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O ex-deputado pelo PP Pedro Corrêa foi preso no dia 5 de dezembro de 2013 e começou a cumprir a pena de sete anos e dois meses na Penitenciária da Papuda em Brasília. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Corrêa pediu transferência para Recife (PE), um mês após ser preso.
Em maio deste ano começou a trabalhar em uma clínica médica em Garanhuns (PE). Corrêa pediu ao STF para progredir para o regime aberto e está aguardando a análise do ministro Luís Roberto BarrosoArte R7
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Ex-advogado de Marcos Valério na época do mensalão, Rogério Tolentino foi condenado a seis anos e dois meses de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele foi preso no dia 13 de dezembro de 2013 e cumpre pena na Penitenciária José Maria Alkmim, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de BH.
Desde Janeiro, Tolentino trabalha no setor jurídico da empresa que pertence ao também condenado no mensalão o ex-deputado Romeu Queiroz. O ex-advogado de Valério aguarda autorização para cumprir o restante da pena em regime abertoArte R7
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O ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP) aguarda parecer do STF para que possa cumprir o resto de sua pena relativa ao processo do mensalão em prisão domiciliar. Ele foi condenado a seis anos e quatro meses por corrupção passiva e peculato.
No entanto, um parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode dificultar a progressão de pena de Cunha. Janot encaminhou manifestação ao STF contra a liberação do ex-deputado para o regime aberto. Para Janot, Cunha precisa comprovar a restituição de R$ 536.440,55 aos cofres públicos antes de obter a progressão de regime.
Cunha já cumpriu nove meses desse total, e teve outros 115 dias descontados porque trabalha. Ele dá expediente em um escritório de advocacia em Brasília.Arte R7
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Ex-deputado pelo PTB, Romeu Queiroz cumpre regime semiaberto na penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. Queiroz foi condenado a seis anos e meio por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em janeiro deste ano, Queiroz recebeu autorização para trabalhar em sua empresa RQ Participações S.A., onde exerce a função de diretor-presidenteArte R7