Férias de Guedes tinham sido publicadas na semana passada
Ueslei Marcelino - 08.12.2020/ReutersO ministro da Economia, Paulo Guedes, adiou as férias que começariam neste sábado (19) e terminariam em 8 de janeiro. Guedes decidiu ficar em Brasília mais uma semana e seguirá trabalhando até o início oficial do descanso e, segundo sua assessoria, não há motivo especial.
Na véspera, Guedes concedeu entrevista coletiva em que contrariou declaração do presidente Jair Bolsonaro a respeito do não pagamento do 13º salário a beneficiários do Bolsa Família este ano.
Após Bolsonaro ter acusado o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) de ter deixado caducar a MP que autorizaria o pagamento, Guedes reconheceu que foi a equipe econômica do próprio governo que pediu que a medida não fosse votada porque não haveria recursos para o pagamento.
Segundo ele, o 13º do Bolsa Família foi dado no primeiro ano de governo, como prometido em campanha, mas no 2º ano, a situação mudou: "Com a pandemia bateu a desorganização fiscal de curto prazo, fomos observando que, pela legislação vigente e lei de responsabilidade fiscal, se você der o 13º por dois anos seguidos, você tá cometendo crime de responsabilidade porque não houve provisão de recursos".
Criticado por não cumprir o prazo de promessas que fez sobre temas como privatizações e votações no Congresso Nacional, Guedes diz que agora não prometerá mais nada. "Acabou. Não prometo mais nada. Agora, só digo 'Espero que Congresso aprove. Felicito o Senado pela aprovação'. Aprendi", afirmou nesta sexta-feira (18).
As férias de Guedes tinham sido publicadas originalmente no DO na semana passada.